Justiça decreta prisões temporárias de Gilmar Olarte e do dono da Proteco

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Prefeito afastado da Capital, ao lado da esposa, Andreia Olarte, não foi localizado por oficial de Justiça (Campo Grande News)
Prefeito afastado da Capital, ao lado da esposa, Andreia Olarte, não foi localizado por oficial de Justiça (Campo Grande News)

A Justiça decretou as prisões do prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), e do empresário João Alberto Krampe Amorim dos Santos, proprietário da Proteco Construções Ltda. O pedido de prisão temporária foi feito pelo MPE (Ministério Público do Estado) e deferido pelo desembargador do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), Luiz Cláudio Bonassini da Silva.

As prisões são desdobramentos da operação Coffeee Break, realizada em 25 de agosto pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) para investigar compra de votos na Câmara Municipal para a cassação do prefeito Alcides Bernal (PP) em março de 2014.

A reportagem apurou que um oficial de Justiça foi à casa de Olarte, na Vila Rosa Pires, nesta quinta-feira, mas ele não foi localizado. Advogado de Olarte, Jail Azambuja afirma que vai entrar com pedido de habeas corpus para evitar a prisão de seu cliente. Ele considera o pedido sem motivo. “É um absurdo, Gilmar Olarte sequer foi chamado para prestar esclarecimentos”. Olarte não vai se entregar.

Para ele, seu cliente sempre colaborou com o MPE, que havia solicitado a apreensão do aparelho celular, que foi entregue. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Amorim.

Suspeita - Gravações da operação Lama Asfáltica, realizada em 9 de julho pela PF (Polícia Federal), sinalizam a interferência do empresário João Amorim na votação em que os vereadores cassaram Bernal.

Sem saber que estava com as conversas telefônicas monitoradas, com autorização da Justiça Federal, Amorim articula e acompanha todo o processo de cassação à distância. E, de acordo com as interceptações, assim que a sessão é encerrada, ele recebe inúmeras ligações parabenizando-o pela vitória. Bernal foi cassado por 23 votos a 6.

No dia 25 de agosto, a Coffee Break, que foi deflagrada após compartilhamento de provas com a Lama Asfáltica, deteve 13 pessoas para prestar depoimentos. A condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a ir, foi autorizada para nove vereadores: Mario Cesar (PMDB); Edil Albuquerque (PMDB); Airton Saraiva (DEM); Waldecy Batista Nunes (PP), o Chocolate; Gilmar da Cruz (PRB); Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão; Edson Shimabukuro (PTB), Paulo Siufi (PMDB) e Jamal Salém.

Na ocasião, também prestaram esclarecimentos o ex-vereador Alceu Bueno, que renunciou após escândalo de exploração sexual, e os empresários João Amorim, Fábio Portela Machinsky e João Roberto Baird. A Justiça autorizou o afastamento de Olarte e Mario Cesar dos cargos. No mesmo dia 25 de agosto, mas em outro processo, o Poder Judiciário deu aval para a volta de Bernal à prefeitura.

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