Na surdina, funcionários de IMOL tentam destrocar corpos em cemitério

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Familiares ficaram revoltados com a tentativa de funcionários sepultaram, de novo, funileiro (Alcides Neto)
Familiares ficaram revoltados com a tentativa de funcionários sepultaram, de novo, funileiro (Alcides Neto)

Os funcionários do IMOL (Instituto Médico e Odontológico Legal) tentaram destrocar, na surdina, os corpos do funileiro José Aparecido dos Santos, 49 anos, e Cícero Rosa, na manhã desta quinta-feira (27) no Cemitério Santo Amaro. No entanto, a operação fracassou porque foi flagrada por familiares e, após a exumação, os corpos serão submetidos a exame de DNA para confirmar a identidade dos mortos.

A tentativa revoltou os familiares do funileiro, que foi encontrado morto por volta das 14h30 de sexta-feira (21) e só foi liberado pelo IMOL na segunda-feira à tarde. “Eles queriam enterrar na surdina, aproveitar que (a gaveta) estava aberta”, contou a irmã de José, Andréia Braúna, 33 anos.

Ao saber da exumação, os irmãos do funileiro foram até o cemitério e flagraram a tentativa de sepultar José Aparecido no lugar correto. No entanto, a família não permitiu a “troca” dos caixões no cemitério. Então, os funcionários do IMOL levaram os corpos de volta ao Instituto Médico para a realização dos exames.

A confusão começou na sexta-feira. O IMOL atrasou a liberação do corpo porque um funcionário, do setor de exame, estava de férias e a liberação só ocorreria na quarta-feira. No entanto, a família pressionou e a liberação ocorreu na segunda-feira (24).

O corpo de Cícero Rosa foi velado e sepultado como se fosse de José Aparecido. A família só descobriu o erro ontem, quando a direção do IMOL entrou em contato e informou da troca.

“Enterramos outra pessoa. Tem um estranho sepultado junto com o corpo de nossa mãe”, afirmou o micro-empresário e acadêmico André Luiz Brauna, 31, irmão da vítima.

Na manhã de hoje, a família flagrou outra trapalhada, quando funcionários exumaram e estavam tentando sepultar José Aparecido na cova correta, ao lado da mãe.

Segundo Andréia, a família não deixou porque deseja ter a história esclarecida e realizar todos os procedimentos de praxe, como velório, orações e o sepultamento do corpo correto. “Só queremos ter a chance de enterrar nosso irmão com dignidade”, destacou.

“Não admito tratar como se não fosse nada, erro a gente perdoa”, afirmou Andréia, revoltada com a tentativa de realizar a destroca na “surdina”. Quando ela e os familiares chegaram ao cemitério, até a massa para tampar a gaveta já estava pronta.

O diretor do IMOL, Marcos Antônio Araújo de Melo, rebateu a acusação da família. Ele disse que os corpos não seriam sepultados corretamente sem o aval da família.

Melo destacou que o IMOL viu o erro, que teria sido cometido por um agente funerário, e avisou a família. Agora, o instituto irá realizar exame de DNA para verificar a identidade correta dos corpos e libera-los, pela segunda vez, para os respectivos familiares.

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