Pais pedem a exumação do corpo de bebê após morte no Hospital Regional

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O pescoço do bebê ficou ferido depois de levar injeções (Reprodução)
O pescoço do bebê ficou ferido depois de levar injeções (Reprodução)

A advogada da família de Luiz Gustavo Barboza, de 9 meses, que morreu no dia 15 deste mês durante tratamento de uma doença rara, chamada Hemofilia, pediu à Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) que realize a exumação do corpo da criança. O exame será realizado para informar a real causa da morte do menino.

Luiz foi levado até o Hospital Regional, em Campo Grande, pela mãe, Roseli Barbosa da Silva, 30 anos, no dia 13 para tomar uma injeção do Fator FVIII, usado no tratamento, mas as enfermeiras não conseguiram encontrar a veia do menino, então aplicação o medicamento na jugular, o que fez o pescoço do menino inchar.

A advogada Viviane Lacerda Lopes Nogueira revelou que pediu a exumação do corpo, já que à família os médicos afirmaram que a criança morreu por complicações decorrentes da doença, mas a certidão de óbito informa que uma das causas foi a compressão de vasos cervicais por hematoma. “Nós suspeitamos que a morte tenha sido causada por falta de oxigenação. A informação da certidão foi divergível ao que disse a mãe”, comentou a advogada.

O atestado também alega que as causas da doença são: Hemorragia pulmonar, edema agudo de pulmão, hemofilia, anemia e alargamento de TTPA. Os pais da criança pedem a investigação do caso, já que Luiz Gustavo viveria uma vida normal, caso continuasse com a tomar a medicação duas vezes na semana. “Ele estava bem. Normal”, assegurou Roseli.

Viviane explicou que a autopsia não foi feita no momento da morte, porque a mãe não autorizou o procedimento, pois, para ela, o bebê tinha morrido de causas naturais. “A assistente social perguntou que queria que abrissem meu filho, mas na hora do desespero, disse que não queria”, explicou a mãe.

O MPE (Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul) também pediu a exumação do corpo do bebê da “forma mais rápida possível”. “Eu quero que isso seja investigado para que não ocorra com outras mães, para que elas não passem o que estou passando”, acrescentou Roseli.

O pai do bebê, o pedreiro Luiz Irio Ferreira, 36 anos, contou que o filho vivia uma vida normal e que todos ao redor gostavam muito dele. Sempre sorrindo, foi esta a última imagem que o pai teve do menino. “Ele entrou sorrindo”, destacou. Luiz Gustavo tinha dois irmãos mais velhos, de 4 e 3 anos.

Roseli e Luiz serão ouvidos amanhã, às 10h, pela delegada da Depca.

Investigação - O Hospital Regional abriu sindicância para apurar o caso. Na manhã de quarta-feira (18) a família da criança registrou um boletim de ocorrência e recorreu à Associação de Vítimas de Erros Médicos do Estado alegando ter havido negligência por parte da equipe médica do HR, que atendeu o paciente.

Conforme a assessoria de comunicação do HR, o objetivo da sindicância é verificar a conduta dos profissionais durante o atendimento médico prestado ao bebê. Uma equipe interna da administração vai fazer um levantamento desde a entrada do bebê no hospital até sua saída, já em óbito. Os enfermeiros e os pais da criança serão ouvidos.

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