Acionada pela Justiça, PM vai mobilizar batalhão de choque para despejo em Dourados

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Acionada pela Justiça, PM vai mobilizar batalhão de choque para despejo em Dourados

Servidores do Poder Judiciário notificaram oficialmente hoje o comando da Polícia Militar sobre o mandado de reintegração de posse das 450 casas do Residencial Dioclesio Artuzzi III, invadidas desde o dia 11 deste mês em Dourados. Na prática, a notificação serve para que a PM mobilize efetivo para acompanhar o despejo das famílias, ainda sem data marcada.

Localizadas na margem da rodovia MS-156, na região do Jardim Guaicurus, as casas fazem parte do projeto habitacional da prefeitura e foram construídas através do programa federal “Minha Casa, Minha Vida”. As famílias que vão receber as moradias foram sorteadas no ano passado, mas a entrega ainda não tinha data definida, pois as unidades ainda não estavam prontas.

No dia 15, quando concedeu a liminar solicitada pela empresa LC Braga Incorporadora – construtora das casas – a juíza da 4ª Vara Cível, Daniela Vieira Tardin, já tinha determinado que a Polícia Militar fosse comunicada para garantir a segurança dos oficiais de Justiça durante o cumprimento da ordem. Ontem à tarde, dois oficiais foram ao residencial invadido e informaram verbalmente às famílias sobre a ordem de despejo.

O Campo Grande News apurou nesta manhã que o comando do 3º Batalhão da Polícia Militar em Dourados vai acionar o batalhão de choque da corporação, que fica baseado em Campo Grande, para apoiar os policiais locais na desocupação.

Apesar da mobilização de efetivo que a PM pretende fazer, as famílias que ocupam as casas prometem não apresentar resistência. “Não vamos enfrentar a Justiça, nem a polícia”, afirmou ontem Diego Alves da Silva, um dos líderes do movimento. Segundo ele, as famílias cobram, no entanto, um local para se instalarem provisoriamente após o despejo.

Se o município não disponibilizar essa área, os sem-teto prometem inclusive acampar em frente à sede da prefeitura, que fica próxima ao residencial invadido, ou até mesmo na Praça Antonio João, no centro.

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