Com medo de morte na família, douradense busca internação psiquiátrica para irmã

  • Karina Veríssimo
Com medo de morte na família, douradense busca internação psiquiátrica para irmã

Um caso que merece atenção para que não haja uma tragédia em um futuro próximo. Com medo e preocupada com a situação de sua família, Bruna Melissa Araújo, 27 anos, moradora da Rua Monte Castelo, no Jardim São Pedro, procurou a reportagem da 94FM na manhã desta sexta feira (31) para relatar os problemas que vem enfrentando. Ela é cuidadora da irmã D.D.A.C, 23 anos, que apresenta quadro de esquizofrenia hebefrênica e transtorno bipolar.

Portando diversos laudos médicos e guias hospitalares desde 2008, que atestam o distúrbio, Bruna afirmou que já procurou órgãos públicos para que alguém intervisse e conseguisse a internação de sua irmã em um hospital psiquiátrico, sem sucesso. Ela se queixa também da demora nas consultas neurológicas e psiquiátricas, em torno de dois meses. “Minha irmã está em surto, há cinco dias que não dorme e nem os medicamentos estão fazendo efeito para acalmá-la. Minha mãe tem 65 anos e ela já a agrediu fisicamente. Segurar ela é muito difícil. Eu vou esperar acontecer o pior?”, indagou Bruna.

Na casa moram mais quatro pessoas, inclusive o filho de Bruna que tem cinco anos, o que justifica o medo contra a vida. De acordo com ela, a irmã já tentou suicídio uma vez. A médica Graziela Michelan, que acompanhava a paciente, já havia a encaminhado ao hospital psiquiátrico por ela “apresentar agitação, agressividade com ideação suicida e homicida, não dormir, não comer e não apresentar hábitos de higiene pessoal”.

 Início dos surtos

Aos 16 anos D.D.A.C fez uso de drogas, como maconha e craque. Em 2008, por causa da mudança brusca no comportamento, onde começou a apresentar comportamento agressivo, os familiares descobriram o uso dos entorpecentes e a levaram para fazer exames, onde foi detectada a esquizofrenia. Segundo Bruna, as faculdades mentais de D.D.A.C antes do uso de drogas era estável. Então, desde 2008, começaram os tratamentos para que ela pudesse levar uma vida normal em sociedade. Foi indicado o uso de medicamentos controlados e abstenção das drogas.

 Drogas

Recentemente, em um surto psicótico, houve uma recaída e D.D.A.C fugiu de casa duas vezes. Um das vezes foi encontrada pela guarda municipal. A outra foi encontrada, após campanha no facebook, por um desconhecido na saída para Itaporã com roupas sujas de fezes e calcinha com pequenas manchas de sangue, onde há suspeita de estupro.

A vítima, por causa dos distúrbios mentais não relata nada do que aconteceu com ela.

Família

Segundo Bruna, o trabalho dos familiares está sendo prejudicado, pois todos estão revezando para ela não ficar sozinha. “Estamos passando dificuldades com tudo. Trabalhar é difícil, pagar contas mais ainda” explicou.

Internações

D.D.A.C foi internada tantas vezes que a família perdeu as contas. Além de Dourados, ela teve passagem em alas psiquiátricas em Três Lagoas e em Bela Vista. Atualmente, de acordo com o relato de Bruna, os remédios não estão fazendo efeito, nem o injetável. 

Solução

Bruna fala que em Dourados há uma ala psiquiátrica no Hospital Universitário, mas conseguir uma vaga é algo “quase impossível”.

“Só me resta procurar a mídia para que alguém se sensibilize e arrume uma vaga para internar minha irmã. Não importa se é Dourados ou Campo Grande, só precisamos ter paz e saber que ela está sendo cuidada por profissionais que entendem seu caso” concluiu.

Caso alguém queira ajudar, pode entrar em contato com Bruna através do telefone: 9694-1149.

Comentários
Os comentários ofensivos, obscenos, que vão contra a lei ou que não contenha identificação não serão publicados.