Greve dos bancários começa nesta terça; saiba o que fazer durante a paralisação

Greve dos bancários afeta agências de todo o país e não tem data para acabar (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Greve dos bancários afeta agências de todo o país e não tem data para acabar (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A greve dos bancários de Dourados e região começa nesta terça-feira (6) e não tem data para acabar. Descontentes com a negociação salarial proposta pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), os trabalhadores decidiram iniciar uma paralisação por tempo indeterminado, cenário que se repete em diversas outras regiões do país.

Na Grande Dourados, a greve deve ter reflexo em agências de 12 municípios: Caarapó, Juti, Fátima do Sul, Vicentina, Jatei, Glória de Dourados, Deodápolis, Rio Brilhante, Itaporã, Douradina, Nova Alvorada do Sul e Maracaju. Nesta segunda-feira (5) a categoria promove uma assembleia para organizar a mobilização.

Diante da já anunciada greve, a 94 FM apurou junto à Febraban (Federação Brasileira de Bancos) o que é possível fazer no período em que persistir a paralisação dos bancários. No quadro abaixo é possível ver as opções de operações bancárias possível em cada canal de atendimento. Elas estão assinaladas com uma estrela.

Negociação salarial

Conforme os bancários, após cinco rodadas de negociações - que tiveram início no dia 11 de agosto - não houve avanços significativos. “Mesmo com lucros recordes que levaram os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa) embolsarem 36,1 bilhões somente no primeiro semestre deste ano, crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado, a Fenaban apresentou na última rodada de negociações, no dia 25 de setembro, um índice rebaixado para o reajuste salarial, de 5,5%, inferior até a inflação do período (9,88%)”, informou o Sindicado regional da categoria.

Proposta dos bancos

Ainda segundo os bancários, a Fenaban apresentou proposta muito diferente das reivindicações dos trabalhadores. Confira:

Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%).

Piso portaria após 90 dias - R$ 1.321,26.

Piso escritório após 90 dias - R$ 1.895,25.

Piso caixa/tesouraria após 90 dias - R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).

PLR regra básica - 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.

PLR parcela adicional - 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.

Antecipação da PLR

Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016.

Regra básica - 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido - o que ocorrer primeiro.

Parcela adicional - 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.

Auxílio-refeição - R$ 27,43.

Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 454,87.

Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 378,56.

Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) - R$ 323,84.

Gratificação de compensador de cheques - R$ 147,11.

Requalificação profissional - R$ 1.294,49.

Auxílio-funeral - R$ 868,58.

Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto - R$ 129.522,56

Ajuda deslocamento noturno - R$ 90,67.

Reivindicações dos bancários

Já a pauta de reivindicações dos bancários apresenta os seguintes tópicos:

As reivindicações da categoria, apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários, são muito diferentes da proposta dos bancos. Confira :

Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)

PLR: 3 salários mais R$7.246,82

Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

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