Ex prefeito paraguaio preso em Caarapó era procurado pela Interpol

  • Sidnei Bronka
Ex prefeito paraguaio preso em Caarapó era procurado pela Interpol

Uma equipe da Polícia Civil de Naviraí, realizou na tarde de ontem (4) a prisão de Vilmar Acosta Marques, conhecido como “Neneco”, que estava foragido desde outubro de 2014, após ser acusado do assassinato do jornalista Pablo Medina, correspondente do jornal paraguaio "ABC Color" e de sua acompanhante Antônia Almada.

O assassinato aconteceu no departamento de Ygatimi Canindeyú, cidade que faz fronteira com o Brasil. Após o assassinato, a Promotoria acusou como autor intelectual do crime, Vilmar Acosta, que fugiu quando ainda era prefeito pelo governista Partido Colorado da cidade do departamento de Canindeyú.

Após sua fuga, Neneco, passou a ser procurado pela Interpol, sendo que nesta quarta-feira, a Polícia Civil de Naviraí, após investigações, conseguiu localizar e prender Neneco, que fazia compras em um mercadinho na cidade de Caarapó, cidade onde estava refugiado.

Os policiais civis encaminharam Vilmar Acosta Marques, que foi apresentado pelo Delegado Claudineis Galinari, a Polícia Federal de Naviraí, de onde, após ser feito os procedimentos de praxe, foi transferido para Campo Grande, onde ficará detido até sua extradição para seu país.

Antes de ser encaminhado para Campo Grande, o delegado Galinari falou com Neneco, que disse ser inocente, negando todas as acusações contra ele. Neneco era procurado pelas polícias americana, paraguaia e brasileira e estava na mira da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).

O destino do homem, considerado pela polícia um dos maiores traficantes de drogas da América Latina, será anunciado pelo Delegado Geral da Polícia Civil, Roberval Maurício Cardoso Rodrigues, na manhã desta quinta-feira (5), na sede da DGPC (Delegacia Geral da Polícia Civil).


O caso - O jornalista Pablo Medina já havia sofrido várias ameaças de morte por produzir reportagens denunciando esquemas do narcotráfico na região do departamento (estado) de Canindeyú, que faz divisa com Mato Grosso do Sul no Brasil, da região de Paranhos até Mundo Novo, passando pelos municípios de Sete Quedas e Japorã.

Medina investigava supostos laços entre políticos e o tráfico de drogas no Paraguai, maior produtor de maconha da América do Sul, sobre a possível existência de um sistema de "narcopolítica". Estas investigações resultaram em seu assassinato no dia 16 de outubro de 2014. Medina foi morto a tiros durante uma emboscada na região da Colônia Vila Ygatimy, a cerca de 45 quilômetros de Paranhos, no Brasil. A estudante de jornalismo, Maribel Almada que também estava com Medina, foi atingida pelos disparos, ela chegou a ser socorrida para um hospital na cidade de Curuguaty, mas acabou não resistindo aos ferimentos e morreu.

Segundo o ministro do Interior, Francisco de Vargas que veio até Naviraí acompanhar o caso, as autoridades do Ministério Público e do Ministério das Relações Exteriores vão realizar os procedimentos para extraditá-lo para o seu país “Paraguai”, uma vez que Neneco tem nacionalidade brasileira e paraguaia, mas seu documento no Brasil é considerado falso. Neneco, também é investigado em outros assassinatos ocorridos no Paraguai.

 

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