Corrupção, desigualdades

  • Mazé Torquato Chotil
Corrupção, desigualdades

Quinta-feira, periferia de Osasco, SP. Casa de mamãe. De volta à São Paulo, após nossa turnê por Fortaleza, Rio e Porto Alegre, a fim de divulgar com apresentações e palestras meu último livro Trabalhadores exilados. Sempre com a parceria do meu companheiro Bernard Chotil que brinda os presentes com canções francesas de sua autoria e do patrimônio francês, da época da ditadura. Sem esquecer que apresento sempre meus dois “Douradenses”: Lembranças do sítio e Minha aventura na colonização do Oeste. Como diz um amigo, colocando o Mato Grosso do Sul no mapa do Brasil.

Voltamos à Osasco, passamos as duas últimas noites na casa de uma irmã num apartamento perto do centro da cidade, onde é possível dormir sem o som demasiado forte desta periferia residencial, produzidos por caixa de som com volumes muito superiores às regras de boa vizinhança, por algumas pessoas não cidadãs, no bar ou na praça, perturbam a vida de muitos trabalhadores, gente que precisa levantar cedo para o trabalho.

Vivo, por aqui, me inteirando o Brasil, lendo jornais, vendo jornais televisados, como os da TV Cultura, Globo, Record, SBT... Diversifico minhas fontes de informações, entretanto, o tema principal da corrupção continua fazendo as manchetes. Todos somos contra a corrupção, mas o que fazer para sair dela, sabendo que corrompemos, no nosso dia a dia, cultura formada e herdada desde a colonização? Nada ouvi sobre as medidas que devem ter tomadas para que o mundo político possa governar sem as tentações do dinheiro fácil. Quanta energia não é depositada na apuração da corrupção? Todos corruptos devem ser julgados e ter o castigo que precisa. Mas como evitar que tenhamos que sancionar ao invés de prevenir?

Não conheço, mas talvez existam instituições que pensam, tenham ideias de como mudar essas coisas, não? Que medidas podemos adotar e não só em matéria de políticos, nossos representantes, já que eles saem do interior da nossa sociedade, de forma a termos uma sociedade menos corrupta, onde os valores arrecadados, o bolo dos impostos seja realmente empregado na estrutura da sociedade como educação, saúde.... de forma a que todos tenham a possibilidade de encontrar trabalho e salário descentes? Termos uma sociedade onde todos tenham o necessário para viver, portanto, sem precisar atacar o outro?

Vamos mudar? Eu diria que devemos ter consciência que a sociedade precisa de todos nós, todos devemos contribuir para que ela funcione. Pagando nossos impostos, já que a sociedade precisa pagar os serviços básicos como educação, saúde, tratamento de esgoto... Se reunir em instituições públicas, nos lugares possíveis de forma a nos conscientizar e encontrar juntos soluções?

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