Sorte de campeão?

Brasil passa sufoco mas passa nos pênaltis contra o Chile

Sorte de campeão?
Foto: Reprodução/TV Globo
Júlio Cesar defende cobrança de Alexis Sánches do Chile

Logo que acordei, dava pra sentir aquele clima de jogo decisivo, mas desta vez eu não sentia na rua aquela confiança na vitória.

Talvez pelo adversário, talvez pelo dia ter amanhecido completamente fechado, o clima era no mínimo diferente.

Eu já imaginava e havia projetado um jogo muito difícil, a equipe do Chile é técnica e aguerrida, marca forte na saída e tem muita velocidade no ataque.

As horas iam passando e o jogo se aproximando, quando o expediente terminou, foi aquela correria, eu havia combinado de assistir o jogo com amigos no melhor estilo churrasco e cerveja.

Ao chegar ao encontro dos amigos era notório que nenhum deles esbanjavam confiança.

A hora do hino empolga, até mesmo os chilenos cantando a capela o seu hino, como se num prenúncio que nem mesmo no hino fosse possível existir um vencedor, sentíamos a grandeza do que é uma copa do mundo, agora é tudo ou nada, quem perder, só daqui quatro anos.

A bola rola, eu como quase todo torcedor brasileiro, sou do tipo que xingo, bato na mesa, falo com a TV, entre um gole e outro de cerveja, várias discussões, arrisquei que poderia ser um jogo pro Fred o nosso tão criticado atacante, por ser alto e a defesa do Chile ser baixa, imaginei que poderia ser o caminho pra vitória, mero engano.

Em campo o Brasil vai bem e dá um sufoco no time do Chile, Neymar logo de cara leva uma pancada, mas parece não se intimidar, ele consegue ótimas arrancadas pela esquerda, o Brasil saí na frente após uma cobrança de escanteio, o gol foi contra, pouco importa, o Brasil jogava melhor.

De repente em erro bobo, o Chile pressiona a saída de bola e faz o Mineirão se calar, são minutos de pânico até o fim do primeiro tempo.

No segundo tempo a coisa não melhora, o Brasil perde completamente o domínio do jogo no meio campo e sobrevive em dar chutões, Felipão meche no time e de nada adianta, a essa altura, nenhum dos meus amigos havia almoçado, e acredite ficou por isso mesmo, ficamos na carne e cerveja, a emoção era tão grande que não daria tempo pra outra coisa.

Era evidente que iríamos pra prorrogação, e sabe aquela sensação de incerteza? Ela por alguns segundo vai embora quando Hulk domina a bola com o ombro e meio que de canela coloca o Brasil na frente, mas o juizão inglês anula alegando toque, que só seu assistente viu.

Parece que teremos que pagar até o fim da Copa, pela arbitragem da estréia.

Agora a incerteza se transforma em medo, mas na prorrogação o time reage, Hulk chama a responsabilidade, cria várias oportunidades a bola não entra, no fim Pinilla quase arranca a trave do Mineirão, seria um sinal que a sorte não nos abandonaria?

Nos minutos que precedem os pênaltis, eu viro pro Ceará, amigo e companheiro de trabalho, e num rápido diálogo digo que nos pênaltis o Júlio Cesar pegaria dois, que nos pênaltis ele é bom!

Quase que uma torcida, a minha convicção nele era tão grande, que não senti medo nem mesmo quando Hulk errou sua penalidade, o destino havia preparado algo maior para Júlio naquele dia, ele sabia disso.

Aqueles momentos de agonia entre uma cobrança e outra perdurou até Neymar bater com frieza sua penalidade, quando o chileno Jaras partiu pra bola eu disse em alto e bom som, essa bola não entra, ela vai na trave ou o Júlio pega, mas esta não entra, e realmente não entrou pra felicidade de uma nação inteira!

O próximo confronto é contra a Colômbia, dona do futebol mais vistoso e consistente até aqui, mas até lá tem uma semana inteira e muita coisa pra acontecer.

Cadê o futebol da copa das confederações, esse time pode bem mais!

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