Anjo da guarda: "Eu ressuscitei ao receber a extrema-unção"

  • Revista Sou Mais Eu
Anjo da guarda:

Eu já tinha ouvido algumas definições sobre a morte de pessoas que ficaram cara a cara com ela: a visão de uma luz no fim do túnel, o encontro com um anjo e até a percepção da alma se desconectando do corpo. Mas eu mesma acabei vivenciando essa experiência há 11 anos, quando o médico disse para a minha família que eu estava praticamente morta. E estava mesmo! Durante minha “ausência”, sentia como se não pertencesse mais à Terra e tivesse me transportado para outro plano. Lá, lutei com todas as minhas forças contra o meu fim. E venci! Quando retornei, um padre já estava no pé da cama me dando a extrema-unção...

Fiquei com medo de morrer e deixar meus filhos sem mãe

“Já era para a Celita ter acordado há seis horas. Ela perdeu muito sangue durante o parto e agora está respirando por aparelhos. Não esperem que ela sobreviva”. Foi essa a notícia que abalou o coração da minha família naquela madrugada de setembro de 2004. Eu tinha acabado de dar à luz minha filha, a Nathalia. O parto aconteceu às pressas. Eu tinha completado oito meses de gestação e, em uma das últimas consultas do pré-natal, no posto de saúde, a médica mediu minha pressão e o aparelho apontou perigosos 22 por 9! Imediatamente, ela me encaminhou para o hospital dizendo que meu parto deveria ser feito com urgência porque eu e minha bebê corríamos risco de morrer.

Chegando lá, fui levada na hora para a sala de cirurgia. Os médicos disseram que, como meu caso era grave, no lugar da peridural eu tomaria anestesia geral para ter minha filha. Além da pressão alta, eu já estava com 46 anos. Fiquei muito assustada. Tinha medo do que podia acontecer comigo ali naquela cama, pois tinha um filho de 14 anos, o Guilherme, que era tudo pra mim. A última coisa que lembro antes de tomar a anestesia foi pedir a Deus que não me deixasse partir. Não queria deixar dois filhos no mundo sem mãe.

Os médicos conseguiram tirar a Nathalia de dentro de mim com vida e saudável. Mas tive uma hemorragia muito séria. Cheguei a receber 54 bolsas de sangue, mas não faziam efeito. Fizeram mais exames e descobriram que eu estava com esquistossomose hepática: havia vermes no meu fígado sugando todo meu sangue!

Me deram medicamentos para acabar com os vermes e mais bolsas de sangue. Só que eu não acordava da anestesia. Já tinham se passado seis horas do prazo para eu despertar e nem sinal de vida. O médico chamou minha irmã e minha sobrinha e falou que, nesses casos, é improvável que o paciente acorde. Ele pediu que elas avisassem a família. Desoladas, as duas foram pra casa falar com meu marido e meu filho.

Sem saber o que acontecia ao meu redor, sentia que eu não fazia mais parte desse mundo. Até que, de repente, tive uma sensação familiar, tipo quando estamos num sonho e parece que vamos cair. Aí, abri os olhos e dei de cara com um teto branco. Com a visão meio embaçada, achei que minha luta contra a morte tinha acabado e que eu já estava no céu.

Quando olhei para o lado, vi um aparelho que mostrava meus batimentos cardíacos. Eu estava recebendo medicamento na veia e um padre rezava pela minha alma no pé da cama. Quando ele viu que acordei, perguntou: “A senhora está me vendo?” Fiz que sim com a cabeça e ele saiu para chamar os enfermeiros. Eu ainda estava meio atordoada. Mas ouvi quando o enfermeiro disse: “É um milagre! Ela acordou!”

Em menos de um minuto a sala ficou cheia de médicos. Eles perguntavam qual era meu nome, o do meu filho, quantos anos eu tinha... Tudo para saber se eu estava consciente. Respondi todas. Eles me olhavam com cara de espanto, como se algo impossível estivesse acontecendo.

Só fui entender o que estava se passando quando minha família chegou. Todo mundo me abraçava e chorava. Eles me contaram que os médicos não achavam que eu fosse sobreviver. Contei a eles que desconfiei disso porque, quando acordei, tinha um padre me dando a extremaunção. Nesse momento, minha irmã me contou que, quando foi para casa, ligou o rádio para ouvir o padre Marcelo Rossi e ele falou meu nome no ar, pedindo orações pela minha vida.

Até hoje não sei quem pediu para ele orar por mim, mas com certeza foi um anjo que está na Terra. Todos os dias, agradeço a Deus por ter me oferecido uma segunda chance. Porque os médicos dizem que eu praticamente ressuscitei. Meu sonho é ter a oportunidade de encontrar o padre Marcelo e agradecer pelas suas orações. Foram elas que me deram forças para lutar contra a morte. - CELITA BARBOSA DE OLIVEIRA, 57 anos, dona de casa, São Paulo, SP

“Ela praticamente nasceu de novo!”

“Quando nasci, morávamos eu, mamãe, papai, vovô, vovó e tia Celita numa fazenda. Ela me mimava muito. Foi um choque quando o médico disse que minha tia estava com as horas contadas. Comecei a rezar e pedir a Deus que não a levasse. Mas, se ela partisse, eu já tinha decidido: ia criar a Nathalia como se fosse minha fi lha. Eu e minha mãe não sabíamos como contar ao Guilherme que a mãe dele não ia sobreviver. Mas, graças a Deus, não precisamos, pois ligaram lá em casa do hospital dizendo que ela tinha acordado. Que alívio! Eu e minha mãe nos abraçamos e choramos. Nossas orações deram certo. Ela praticamente ressuscitou!” - LECI BARBOSA DE AGUIAR, 42 anos, cabeleireira, a sobrinha da Celita

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