Após bronze, Mayra Aguiar diz que pódio no Rio tem "sabor muito melhor"

  • Sportv
Mayra Aguiar conquistou o seu segundo bronze olímpico ((Foto: David Abramvezt))
Mayra Aguiar conquistou o seu segundo bronze olímpico ((Foto: David Abramvezt))

Ontem (11), Mayra Aguiar conquistou o bronze na categoria peso-meio-pesado (até 78kg) do judô. Foi a segunda medalha olímpica da carreira da brasileira, que já tinha ficado na mesma posição em Londres-2012. Em entrevista, Mayra afirmou que, apesar de ter a mesma cor, a medalha conquistada no Rio de Janeiro, diante da família e da torcida, é diferente.

- É um sabor muito melhor, é muito maravilhoso. A torcida toda está de parabéns, foi lindo. Eu senti a emoção na hora, aquela torcida dava um gás a mais na hora da luta. Saber que minha família estava ali, todo mundo acompanhando, pessoal que treina comigo, todo mundo estava ali apoiando. Foi maravilhoso, foi uma experiência que marcou de verdade, foi muito gostoso - disse a atleta.

Depois de vencer a cubana Yallenis Castillo na decisão do bronze, Mayra correu para a arquibancada.

- Eu fui para a galera. Foi uma loucura. Quando eu olhei, estavam meus pais, o pessoal que treina comigo. Então, tinha que dividir esse carinho com eles, foi demais. É muita gente por trás de um atleta. Um atleta não tem como se formar sozinho. Foi uma delícia, foi a melhor parte da competição.

Na Olimpíada do Rio, Mayra teve três vitórias e uma derrota, para a francesa Audrey Tcheumeo, na semifinal. Segundo a brasileira, o momento mais difícil foi após ser batida.

- O momento da derrota é o mais difícil. A gente chega com um objetivo na competição e perde esse objetivo. E era muito pouco tempo, foi muito rápido. Conseguir controlar a cabeça, tirar o pensamento negativo, porque só vem coisa negativa na cabeça, e transformar em positivo. Eu tive em Londres essa experiência de perder a medalha de ouro e voltar. Eu vi o quanto valeu a pena. Não tinha como sair sem medalha. Eu dei o sangue dentro do tatame.

Em Londres, Mayra também foi derrotada na semifinal e precisou se recuperar a tempo da decisão do bronze e lembrou dos conselhos do judoca Leandro Guilheiro e também de "tapas" no rosto.

- É muito rápido mesmo, você tem que respirar, porque está cansada, está com um monte de sentimento ruim e tem que transformar em algo positivo, porque ainda tem competição. Em Londres, eu tive essa experiência e saí chorando, abalada. Meu mundo tinha caído e eu não conseguia me recuperar. Aí tomei uns tapas na cara. Foi literalmente, tapa na cara. Lembro também do Leandro Guilheiro falando comigo, ele me sacudiu: "Mayra, vai buscar essa medalha, porque isso vale ouro. Você não vai se arrepender, você vai se arrepender se não der o seu melhor".

A derrota de Mayra Aguiar para Audrey Tcheumeo foi definida por punições: a brasileira teve duas, contra uma da francesa. A segunda teria sido porque Mayra teria segurado a calça da adversária, o que não é permitido.

- Eu tenho que avaliar de novo, tenho que ver o vídeo. Mas eu achei que demorei para entrar na luta também. Eu fui pensando muito na pegada dela, que estava me incomodando muito. Eu tenho a impressão de que eu não peguei (na calça). Mas faz parte do esporte, aprender com os erros, com as situações.

Audrey Tcheumeo x Mayra Aguiar;  França x Brasil; judô (Foto: REUTERS/Stoyan Nenov)Mayra Aguiar caiu na semifinal, na luta contra Audrey Tcheumeo (Foto: REUTERS/Stoyan Nenov)
Comentários
Os comentários ofensivos, obscenos, que vão contra a lei ou que não contenha identificação não serão publicados.