Clássicos têm 7 vezes mais PMs que ruas do Brasil
Se polícia é garantia de segurança, é sete vezes mais seguro estar neste domingo em um dos três grandes clássicos pelos Estaduais do que no resto do Brasil.
Com histórico recentes de violência e mortes, os confrontos entre Corinthians x Palmeiras, no Pacaembu, Atlético-MG x Cruzeiro, no Independência, e Flamengo x Vasco, no Maracanã, nem devem encher hoje os estádios. Mas terão reforçado esquema de segurança.
Serão, apenas dentro das arenas e nas ruas próximas aos estádios (na conta não entra o policiamento em estações de trem e metrô), 300 homens da Polícia Militar em São Paulo, 500 no Rio de Janeiro e 163 em Belo Horizonte (parece pouca gente na capital mineira, mas lá o jogo só terá torcida do Atlético-MG).
Pelo ritmo da venda de ingressos nos dias anteriores e previsões da polícia, os três clássicos juntos devem reunir cerca de 70 mil pessoas. Assim, a proporção é de um PM para cada 73 torcedores. No Brasil, com índices de violência nas alturas, a proporção é de um policial militar para cada 500 habitantes do país.
Tanta segurança nos estádios têm motivos de sobra. 2013 pode ser considerado o ano mais violento da história do futebol com 30 mortes registradas antes, durante ou depois dos jogos. Só no Campeonato Brasileiro, pelo menos 14 partidas registraram confusões, que envolveram as torcidas de 17 dos 20 times que disputaram o torneio.
O Rio Grande do Norte foi o estado mais "sangrento", registrando nove mortes. Antes do ano passado, 2009 havia sido o mais violento, com 23 vítimas.
O Brasileirão, por sua vez, não será lembrado pelo título antecipado do Cruzeiro, pela disputa pela Libertadores até a última rodada ou pela luta contra o rebaixamento dos cariocas. Tudo isso deu lugar às brigas registradas nos estádios. Com exceção de Criciúma, Ponte Preta e Portuguesa, a torcida de todos os outros clubes do torneio protagonizou pelo menos uma confusão.
A torcida do Vasco, por exemplo, se envolveu em três confrontos, o último deles um dos mais violentos da temporada. Na rodada final, o jogo entre o time carioca e o Atlético Paranaense, que foi disputado em Joinville (exatamente porque o time paranaense havia perdido o mando de campo por conta de confusões no clássico contra o Coritiba), foi palco de uma briga generalizada na arquibancada que deixou quatro feridos e paralisou o jogo por 1h e 15 minutos.
Tudo isso, sem mencionar o caso de Oruro, em que a torcida do Corinthians lançou um rojão contra os fãs do San José e matou o garoto boliviano Kevin Espada, durante a disputa de um jogo da Libertadores.