Homem escapa das bombas no Iraque para dançar na "guerra" do Rio de Janeiro

Natural de Faluja, cidade vizinha a Bagdá, dominada por milícias ligadas ao Estado Islâmico, o iraquiano Jamal Aziz, de 44 anos, soldado combatente na Guerra do Golfo e na invasão americana, está passando por maus bocados nas ruas do Rio de Janeiro, onde teve braço quebrado em tentativa de assalto.
Fugitivo da cidade natal, Jamal conta chegou ao Brasil após passar 33 dias no porão de um navio cargueiro que peregrinou por diversos países antes de chegar ao Rio de Janeiro.
Sem dinheiro, sem documentos e mal falando inglês, Jamal espera encontrar apoio na comunidade muçulmana para conseguir se estabelecer no Brasil. Com mais de 20 marcas de tiro pelo corpo, o sobrevivente iraquiano, quem diria, sofreu com a violência na "Cidade Maravilhosa".
Ele disse, em entrevista ao SBT, ter sofrido tentativa de assalto e que precisou lutar com os dois ladrões para não ficar sem a mochila com algumas poucas peças de roupas.
Jamal Aziz informou, também, não ter parentes vivos. Toda a sua família, composta por oito pessoas, morreu durante a Guerra do Iraque, que começou em 2003, com a invasão norte-americana, e só terminou em 2011.
O principal motivo para a guerra, segundo o então presidente norte-americano George W. Bush e o primeiro-ministro britânico Tony Blair, era o fato de o Iraque estar desenvolvendo armas de destruição em massa.
Estas armas, argumentava-se, ameaçavam a segurança mundial. Em 2003, George W. Bush defendeu que os EUA não poderiam esperar até que a ameaça do líder iraquiano Saddam Hussein se tornasse imediata.
Para justificar a guerra, militares norte-americanos disseram haver indicações de uma ligação entre Saddam Hussein e a Al-Qaeda, mas nada foi provado neste sentido, nem armas químicas foram encontradas. A invasão norte-americana ocasionou cerca de 600 mil mortes no país.