Idoso morre após ser atacado por cão pitbull de estimação

Ter um animal de estimação pode ser uma das melhores coisas, mas também pode ser muito perigoso. O animal vai adotar comportamento determinado a partir da criação recebida pelo seu dono. E mesmo com muito amor e cuidado, a atenção pode não ser suficiente. Nessa semana, um idoso de 72 anos morreu após ser atacado por um cachorro em Salvador, no bairro de Boa Vista de São Caetano. João Evangelista dos Santos foi atacado pelo animal que criava há mais de 10 anos, da raça pitbull.
De acordo com a filha de consideração do idoso, Ana Paula Dantas, o cão mordeu a vítima no pescoço. O ataque aconteceu quando ele entrava na cozinha. Desesperada, a mulher de João, pediu socorro a um vizinho policial, que conseguiu abater o animal com um tiro. Apesar dos esforços, o idoso não resistiu ao ferimento e morreu. O enterro foi realizado na tarde de ontem(30). “Ele não tinha um bom relacionamento com o animal, tinha medo, por que em um episodio anterior o cachorro já o tinha atacado. No dia, ele entrou em casa e pediu que a mulher prendesse o bicho, ela pediu que esperasse um pouco, foi quando o animal o atacou e o atacou. João era muito magro e idoso, não teria como ter sobrevivido,” conta.
Ainda segundo Dantas, os amigos mais proximos já tinham pedido que o idoso se livrasse do animal, que representava risco, para ele, a mulher e o filho deficiente. “A gente falava, João, da um fim nesse cachorro, onde já se viu, criar um bicho que você tem medo, mas ele dizia: Ah é da mulher, ela gosta dele,” explicou a filha.
Em entrevista ao portal Luisa Mell, o zootecnista e adestrador Alexandre Rossi( conhecido como Dr. Pet), conta que a agressividade do animal, é uma exceção perante a raça. “A grande maioria dos pitbulls são dóceis com seres humanos. Mas como são animais determinados, fortes e muito ágeis, ataques contra seres humanos podem ser fatais e ganham uma enorme publicidade na mídia, fazendo com que as pessoas criem a imagem de que todos os pits são assassinos.
É importante esclarecer para a população e especialmente para donos de cães grandes e/ou fortes que só amor e carinho não bastam. É preciso educar corretamente, recompensando os comportamentos corretos e mostrando que há limites. A sociabilização é extremamente importante também e muitas vezes é necessário reprimir adequadamente comportamentos agressivos que possam surgir. Infelizmente grande parte dos defensores dos pitbulls culpam os donos por falta de amor e carinho e os acusam de terem mal tratado ou treinado para atacar. Dessa forma a população pode ser educada a achar que não é necessário educá-los ou ensinar limites, colocando os cães e as pessoas em risco,” pontua.
O adestrador alerta ainda, que os pitbulls, não devem ser criados como cães de guarda. O ensino a “raiva”, pode ser perigoso, já que trata-se de um animal de grande porte. “A raça não foi selecionada para ser cão de guarda, mas isso não quer dizer que ele não acabe exercendo uma função de guarda. Cães grandes e que assustam pela sua aparência já costumam inibir agressores e bandidos. Eu não recomendo o treino para guarda, pelo menos não para atacar um ser humano, pois pode aumentar o risco de algum familiar, amigo ou visita ser atacado. Por melhor que seja o treinamento, não funciona sempre perfeitamente e um acidente pode causar grandes estragos e sofrimento,” explica.