Manifestantes inflam vaso sanitário gigante para cobrar saneamento no país

  • Agência Brasil
Manifestantes inflam um vaso sanitário gigante em frente ao Congresso Nacional para simbolizar a falta de saneamento básico no país - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Manifestantes inflam um vaso sanitário gigante em frente ao Congresso Nacional para simbolizar a falta de saneamento básico no país - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Para marcar o Dia Mundial da Água, cerca de 100 integrantes de organizações não governamentais (ONGs) ligadas a causas ambientais fizeram um ato, na manhã de ontem (22), em frente ao Congresso Nacional, para alertar sobre o uso da água e a necessidade de saneamento no país.

Durante a mobilização, o grupo ergueu no gramado central um vaso sanitário inflável de 12 metros de altura e estendeu uma bandeira, de 750 metros quadrados, com os símbolos da SOS Mata Atlântica, entidade responsável pela iniciativa. 

Os manifestantes criticaram propostas que tramitam no Parlamento que tiram a exigência de licenciamentos ambientais, necessários para que empresas tenham aval de funcionamento. "Estamos em 2018 e 70% do esgoto do Brasil continua sendo jogado em rios. Isso causa problemas. Sabemos que mais de 70% das doenças no país são de origem hídrica. Nas campanhas eleitorais, como vamos ter agora, temos candidato falando que vai construir hospital, isso e aquilo, em vez de evitar que as pessoas vão para o hospital", disse o diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani.

"Temos no Congresso um projeto de lei de saneamento que é ruim, para atender empreiteiras. O histórico de saneamento no Brasil é o da corrupção", acrescentou.

Na última segunda-feira (19), um levantamento divulgado pela organização apontou que apenas 4,1% dos 294 pontos de coleta nos córregos lagos e rios da Mata Atlântica dispõem de água de boa qualidade. 

De acordo com o diretor, que presidiu o primeiro comitê brasileiro de bacias hidrográficas, a água dos rios, atualmente, é avaliada de acordo com uma escala que varia de 1 a 4. A organização luta, informou, para acabar com a classificação de nota 4, que permite que rios onde são despejados resíduos industriais fluam sem ser submetidos a tratamento.

No ato, também estavam 70 jovens de 17 estados que trabalham, coordenados pela SOS Mata Atlântica, no monitoramento da água nas cidades onde vivem. Os jovens fazem a avaliação com base nos padrões determinados pela Agência Nacional de Águas (ANA). Por meio deste trabalho, muitos já participaram de comitês ou ajudaram em ações do Ministério Público contra atuação ambiental irregular de empresas.


Comentários
Os comentários ofensivos, obscenos, que vão contra a lei ou que não contenha identificação não serão publicados.