Pacientes denunciam ataques de abelhas em hospital público

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Pacientes do Bloco Cirúrgico tiveram que matar as abelhas que estavam entrando nos leitos do 2º andar da unida... (Reprodução)
Pacientes do Bloco Cirúrgico tiveram que matar as abelhas que estavam entrando nos leitos do 2º andar da unida... (Reprodução)

Como se não bastassem as condições precárias do atendimento e a superlotação do Hospital Otávio de Freitas, em Tejipió, na Zona Oeste do Recife, pacientes agora têm que lidar com mais uma situação de descaso da saúde pública de Pernambuco. Uma infestação de abelhas no Bloco Cirúrgico e na Sala de Recuperação da unidade hospitalar tem provocado revolta e mal-estar em quem precisa realizar o atendimento médico no hospital.

À espera de uma cirurgia em uma sala com sete leitos, um paciente, que preferiu não se identificar, deu entrada na unidade de saúde na segunda-feira (8) e contou que nos turnos da tarde e da noite foram vistas pelo menos dez abelhas dentro da sala de cirurgia, no 2º andar. Para ele, a situação é absurda e preocupa os pacientes que dependem do atendimento da saúde pública. O ambulatório da unidade hospitalar atende uma média de 3 mil pessoas por dia em várias especialidades.

Outro paciente que está no local há mais tempo denunciou de que na semana anterior foi preciso transferir as pessoas de uma das salas de cirurgia por causa da infestação das abelhas. Ele acredita que os insetos venham de uma árvore localizada bem ao lado de uma das janelas do Bloco Cirúrgico. Uma enfermeira da unidade hospitalar comentou que basta acender as lâmpadas que as abelhas voltam a aparecer dentro das salas.

Referência para o tratamento de doenças respiratórias, em especial a tuberculose, traumato-ortopedia, clínica médica, urologia, cirurgia geral e pediatria, o Hospital Otávio de Freitas atende cerca de 2,3 mil pacientes mensalmente na emergência. Apesar do alto número de atendimento, o problema da unidade de saúde com animais que invadem os leitos e salas dos profissionais de trabalho é constante.

Uma profissional de saúde que trabalha no laboratório da unidade hospitalar revelou que desde o tempo que trabalha no hospital a situação é recorrente. "Aqui, já vimos entrar muitos escorpiões e cobras dentro do laboratório. Uma vez, uma cobra saiu de dentro do vaso sanitário e ficamos muito assustados", lamentou.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, profissionais de saúde do local já solicitaram dois chamados para combater o enxame de abelhas no hospital, nos dias 31 de julho e 2 de agosto. Os Bombeiros informaram que foram ao local, mas apenas atuam em medidas emergenciais, quando os insetos colocam em risco a integridade física das pessoas. Eles informaram que para solucionar a situação é necessário dedetizar o local com profissionais específicos da área da apicultura.

Segundo uma das equipes dos Bombeiros que esteve no local, nenhum funcionário soube informar onde poderia estar a colmeia. "O problema só poderia ser melhor checado caso evacuassem os pacientes dos leitos, o que é muito inviável", explicou o assessor de comunicação dos Bombeiros, José Ednaldo. O sargento explicou que o combate às abelhas tem que ser feito durante a noite, quando elas se recolhem. Durante o dia, corre o risco dos animais ficarem irritados e picarem os pacientes e profissionais.

A reportagem do Portal LeiaJá entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco e recebeu um posicionamento da instituição. Em nota, a direção do Hospital Otávio de Freitas informou que uma equipe da manutenção da unidade já foi deslocada ao local para avaliar e solucionar o problema.

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