Perícia aponta tortura em chacina de sem-terra

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Na ausência de um IML na região, os corpos foram levados para um local improvisado no Cemitério de Colniza (Fo... ()
Na ausência de um IML na região, os corpos foram levados para um local improvisado no Cemitério de Colniza (Fo... ()

A Polícia Civil em Mato Grosso informou que as nove vítimas da chacina em um assentamento em Taquaruçu do Norte, em Colniza, a 1.062 km da capital Cuiabá, foram torturadas. Corpos foram amarrados e um deles teve uma orelha cortada. O grupo foi assassinado com golpes de facão e tiros de arma calibre 12.

Segundo os investigadores, quatro homens são suspeitos de terem executado os sem-terra. Laudo dos policiais identificou as nove vítimas: Fábio Rodrigues dos Santos; Izaul Brito dos Santos; Ezequias Santos de Oliveira; Samuel Antônio da Cunha; Francisco Chaves da Silva; Valmir Rangeú do Nascimento; Aldo Aparecido Carlini; Sebastião Ferreira de Souza e Edson Alves Antunes.

Técnicos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) realizaram exames de necropsia nesse sábado (22) e confirmaram que, das vítimas, sete são de Rondônia, uma de Mato Grosso e outra de Alagoas. O mais novo do grupo tinha 28 anos e, o mais velho, 58. Todos eles já foram enterrados.

Em nota, a Prelazia de São Félix do Araguaia lamentou a chacina e alertou para risco de novos crimes. Segundo o texto, "as famílias de agricultores da Gleba Taquaruçu vêm sofrendo violência desde o ano de 2004".

De acordo com o bispo emérito da prelazia, dom Pedro Casaldáliga, reconhecido internacionalmente por sua luta em defesa dos direitos humanos, o município já foi considerado o mais violento do país. Segundo a prelazia, na região existem outros conflitos de extrema gravidade, como o da Fazenda Magali, desde 2000, e o conflito na Gleba Terra Roxa, desde 2004.

Governo

O secretário estadual de Segurança de Mato Grosso, Roger Elizandro Jarbas, disse que é prioridade elucidar por completo a chacina. "Estamos com todas as forças de segurança na região, inclusive o helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) auxilia nos serviços de buscas e de investigações", disse.

As equipes especializadas das Polícias Militar e Civil trabalham conjuntamente, afirmou Jarbas. Segundo ele, hoje mais policiais serão enviados à região para ajudar nas investigações.

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