Rio estima prejuízo de R$ 8 bilhões com feriados da Copa

  • Agência Brasil

Imagina a festa! O jargão tem sido usado em campanhas publicitárias envolvendo a Copa do Mundo e começa a ser colocado em prática meses antes do Mundial. Não à toa, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, decretou dois pontos facultativos e um feriado no período da competição. Se os trabalhadores comemoram os dias extras de folga conseguidos com o decreto, o comércio só tem a lamentar um prejuízo estimado em R$ 8 bilhões.

O levantamento foi apresentado na segunda-feira (17) pelo Sindicato dos Lojistas de Comércio do Município do Rio de Janeiro (Sindilojas Rio) e do Clube dos Diretores Lojistas do Rio (CDL Rio), Aldo Gonçalvez, e divulgado pela Agência Brasil.

O Decreto  Nº 38.365, assinado por Eduardo Paes no dia  11 de março, decreta feriado,  no município do Rio de Janeiro, nos dias 18 e 25 de junho, a partir do meio-dia, e no dia 4 de julho. Ficam de fora da festa serviços que não podem parar, como unidades de Saúde básicas e hospitalares, públicas e privadas, e os serviços de transporte público.

Para tentar minimizar o impacto das folgas, o setor tem um convênio firmado com o Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio de Janeiro (Secrj), que possibilita a abertura das lojas nesses dias. Mas a expectativa de Gonçalvez não é de que isso realmente funcione, "porque a cidade, nos feriados, costuma ficar vazia", explicou. "São feriados desnecessários, que tiram o foco do consumo. As pessoas viajam e isso prejudica e esvazia o centro da cidade. (Essa perda não será recuperada) porque a compra é, quase sempre, por impulso", completou citando itens de moda como exemplo.

A opinião negativa não é compartilhada pelo Sistema Comércio RJ (Fecomércio-RJ), que defende o decreto para minimizar os transtornos para a população e também para agilizar o deslocamento das pessoas, além de garantir a segurança e o sucesso do evento.

A competição começa no dia 12 de junho e termina no dia 13 do mês seguinte. O Rio de Janeiro sediará partidas nos dias 15, 18, 22, 25 e 28 de junho, e também nos dias 04 e 13 de julho. O decreto não deve afetar o comércio de rua, como bares, restaurantes, centros comerciais e shopping centers. Além disso, a entidade afirma que a mesma prática já havia sido adotada em outros grandes eventos como a Jornada Mundial da Juventude.

"Especificamente  falando dos feriados da Copa do Mundo e utilizando como base  os moldes que o  decreto foi exposto, não há como a gente falar de prejuízo [para o comércio]", sustentou o superintendente de Economia, João Carlos Gomes.