Suplente de MS é campeão de gastos durante recesso da Câmara dos Deputados

Junior Coringa substituiu por um mês o ex-deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM), que renunciou ao cargo para assumir o Ministério da Saúde

  • Redação
Durante mandato relâmpago, Coringa foi recordista de gastos e aproveitou para tirar foto com Sérgio Reis (Foto: Reprodução)
Durante mandato relâmpago, Coringa foi recordista de gastos e aproveitou para tirar foto com Sérgio Reis (Foto: Reprodução)

Suplente por um mês do ex-deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM), que renunciou ao cargo para assumir o Ministério da Saúde, Junior Coringa (PSD) foi o campeão em gastos no recesso da Câmara dos Deputados. Mesmo sem apresentar qualquer projeto durante seu mandato relâmpago, de 2 a 31 de janeiro, ele gastou R$ 39.219,33 em reembolsos custeados com dinheiro público. 

As revelações foram feitas pelo site O Jacaré, ao detalhar os gastos do parlamentar que assumiu prometendo fazer “quatro anos em um mês”, frase inspirada no ex-presidente Juscelino Kubitschek, famoso por construir Brasília e ter o lema “fazer 50 anos em cinco”.

Ex-vereador em Campo Grande, Coringa reembolsou no mandato relâmpago como deputado federal R$ 16.185,49 com passagens aéreas. “Ele conseguiu participar de reuniões, de solenidades com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e até aproveitou para fazer tietagem com o cantor Sérgio Reis, que é deputado federal”, detalha a publicação.

Outros R$ 12 mil foram utilizados pelo deputado, no recesso do Legislativo federal, com divulgação. Esse montante custeado com dinheiro público foi dividido entre jornais de bairro (R$ 4 mil), semanal (R$ 2 mil) e diário (R$ 2 mil), site de direita (R$ 2 mil) e rádio (R$ 1 mil).

NÃO ACEITOU

Diferentemente de Coringa, outro suplente que poderia assumir um mandato relampado deputado federal por Mato Grosso do Sul abriu mão da vaga por considerar imoral ocupar um cargo público com custo superior a R$ 70 mil para os contribuintes num mês sem qualquer atividade no Congresso Nacional.

Mesmo eleito deputado estadual, Marçal Filho (PSDB) teria direito de assumir o cargo deixado pelo deputado federal Geraldo Resende, do mesmo partido, que assumiu a Secretaria de Estado de Saúde.

"Como não fiz parte do atual mandato e que em 1º de fevereiro de 2019 os eleitos em outubro assumirão seus cargos, julgo não ser digno participar de uma legislatura de transição do Congresso, não justificando e não havendo, dessa forma, necessidade da minha posse, até porque não será possível apresentar proposições de projetos em benefícios à sociedade", anunciou Marçal Filho na ocasião.

REEMBOLSOS

Ainda de acordo com o Site O Jacaré, na bancada sul-mato-grossense no Congresso Federal, Fábio Trad, efetivado na vaga de Carlos Marun (MDB) e reeleito, gastou R$ 1.277,82, valor usado para passagem aérea e serviços postais.

“Coronel Bittencourt (PRB) teve gasto de R$ 22,8 mil no mandato tampão. Ele usou R$ 12 mil, o mesmo valor de Coringa, para divulgação. Só que o valor foi pago a um site fundado em 2017. Outros R$ 7,8 mil foram utilizados com passagens de avião”, indica a publicação.

Outra suplente de mandato relâmpago, Carla Stephanini (MDB) usou R$ 21,1 mil da cota parlamentar. “O maior desembolso, de R$ 10,1 mil foi com bilhetes aéreos. Outros R$ 8 mil foram pagos para uma empresa de comunicação de Minas Gerais”, detalha O Jacaré.

A publicação aponta o ex-governador Zeca do PT com R$ 36,9 mil gastos, R$ 20 mil para pagar o jornalista responsável pela elaboração do material de balanço do mandato e outros R$ 15,5 mil destinados para a Ícone Pesquisa, responsável por sondagens eleitorais.


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