Ação reduz a zero taxa de infecção relacionada à assistência na UTI Adulto do HU-UFGD

Meta da Colaborativa supervisionada pelo HCor, de São Paulo, era baixar em 50% a incidência de infecções

  • Assessoria/HU-UFGD
Desafio agora é manter o índice em zero e expandir a experiência a outros setores (Foto: Divulgação/HU-UFGD)
Desafio agora é manter o índice em zero e expandir a experiência a outros setores (Foto: Divulgação/HU-UFGD)

Uma mudança real de paradigmas, com base em evidências e boas práticas, resultou em taxa zero de infecções relacionadas à assistência à saúde na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD). Essa mudança é fruto de um projeto de Ação Colaborativa que envolve 120 hospitais públicos de todo o país, desenvolvido desde o final de 2017.

Com o plano “Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil”, a expectativa e meta inicial era, em três anos, reduzir em 50% as infecções relacionadas à assistência à saúde, como infecção da corrente sanguínea associada ao uso de cateter venoso central, infecção em trato urinário associada a cateter vesical de demora, e pneumonia associada à ventilação mecânica.

No HU-UFGD, em pouco mais de um ano, essas taxas de infecção na UTI Adulto chegaram a zero. O desafio agora, de acordo com as lideranças do projeto, é manter esse resultado, e continuar contando com o envolvimento de toda a equipe. “Estamos descobrindo e mostrando que é possível ter assistência à saúde de qualidade sem a necessidade de investimentos financeiros ou mudança de estrutura física. Os resultados obtidos aqui são fruto de motivação, mudança de atitude e envolvimento de todos, tanto equipe quanto familiares, acompanhantes e até os próprios pacientes, incluindo ainda a esfera administrativa do hospital”, comenta o enfermeiro Fuad Fayez Mahmoud, chefe da Unidade de Vigilância em Saúde.

Dentro do projeto colaborativo, o HU-UFGD é referenciado pelo Hospital do Coração (HCor), de São Paulo. Na manhã desta sexta-feira (10), a enfermeira Marianilza Lopes e o médico Pedro Mathiasi, do HCor, participaram da “ronda da colaborativa”, metodologia de visitação in loco, com a participação de representantes da alta gestão do hospital, para verificar o andamento do projeto na UTI Adulto, conhecendo os resultados já obtidos e também ouvindo as avaliações e sugestões dos colaboradores.

“É nítida a percepção do avançar do envolvimento da equipe frente à adesão aos processos, e o entendimento do objetivo do projeto, que é reduzir as taxas de infecção a partir do entendimento e do comprometimento das pessoas com a assistência que está sendo prestada ao paciente. Na medida em que ocorre a compreensão do ‘porquê’ e do ‘para quê’ estou adotando tal conduta, isso reflete no trabalho e gera resultado como o que estamos vendo aqui”, diz a enfermeira Marinilza.

As mudanças nas práticas da assistência incluem ainda a compreensão dos processos de geração de indicadores, a compreensão do que dizem e a importância da coleta adequada desses dados – muitas vezes em ferramentas não tão familiares, como formulários, gráficos e tabelas –, a oportunidade de reflexão e troca de experiências a respeito do próprio ambiente e da rotina de trabalho, e, ainda, o conceito de cuidado que vê o outro (trabalhador ou paciente) também como protagonista.

Para os representantes da alta gestão do HU-UFGD presentes ao encontro desta sexta-feira, expandir essa metodologia de visita e integração dos setores é um objetivo a ser cumprido em curto prazo. “Sabemos que é muito importante essa proximidade com os colaboradores, e por isso é necessário levar a experiência a outras unidades”, afirmou o superintendente interino do HU-UFGD, Michel Coutinho dos Santos.

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