Após afastamento, vereador tem salário bruto R$ 5 mil superior ao dos demais
Por lei, salário bruto pago pela Câmara de Dourados aos vereadores é de R$ 12.661,13 por mês

De volta à Câmara de Dourados na sessão ordinária de 23 de setembro, após ter permanecido afastado do cargo por decisão judicial, o vereador Cirilo Ramão (MDB) obteve salário bruto R$ 5 mil superior ao dos demais parlamentares em outubro. Segundo o chefe do Legislativo, Alan Guedes (DEM), isso ocorreu porque não houve tempo de inclui-lo na folha do mês anterior, razão pela qual ocorreu a soma dos vencimentos.
Por lei, o provento pago pela Casa de Leis aos vereadores é de R$ 12.661,13. Mas o emedebista teve direito a R$ 17.725,57. Com as deduções obrigatórias de R$ 4.366,58, recebeu, líquidos, R$ 13.358,99.
Alvo da Operação Cifra Negra, deflagrada pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual) em 5 de dezembro de 2018 contra supostas fraudes licitatórias no Palácio Jaguaribe, desde que retomou o cargo Cirilo só compareceu às sessões ordinárias de 23 e de 30 de setembro, além de 28 de outubro.
A ausência na sessão de 7 de outubro foi justificada com atestado médico que lhe recomendou três dias de repouso. O código usado, ‘R-10’, significa dor abdominal e pélvica. Posteriormente, compareceu a do dia 28 passado.
Implicado no mesmo processo e autorizado pela Justiça a retomar o cargo na mesma ocasião do colega, Pepa esperou 72 horas e só o fez no dia 26. Depois, apareceu no plenário somente 14 de outubro. Justificou a falta na sessão anterior, do dia 7, com atestado que previa a licença após extração de dente do siso.
Mesmo assim, conforme o portal da transparência da Câmara de Dourados, o democrata teve vencimento bruto de R$ 15.193,35 em outubro, com R$ 3.670,22 em deduções obrigatórias e valor líquido de R$ 11.523,13.
Outro alvo da Operação Cifra Negra, o vereador Idenor Machado (PSDB) só conseguiu restituir os direitos políticos no início deste mês e tomou posse no dia 8 de outubro. Embora tenha comparecido às pré-pautas mais recentes, esteve apenas em uma única sessão ordinária, do dia 21 de outubro.
Seus advogados chegaram a requerer que o Legislativo abone as faltas, mas a Procuradoria Jurídica do Palácio Jaguaribe deu parecer contrário. Mesmo assim, encerrou outubro com ganhos de R$ 9.495,85, dos quais R$ 2.207,68 em deduções obrigatórias e valor líquido de R$ 7.288,17.