Após mais de uma década, Dourados volta a ter Conselho Municipal Afro
Conselho visa dar viabilidade às lutas étnico-raciais, políticas, e fortalecer os movimentos na saúde, cultura e educação, combatendo intolerância contra religiões de matrizes africanas

Após mais de uma década inativo, o Comafro (Conselho Municipal Afro) de Dourados voltou à atividade. Na semana passada, foi formada a direção, que deve tomar posse no início de novembro. Segundo a presidente eleita, Luh Hara Arguelho, objetivo é dar viabilidade às lutas étnico-raciais, políticas, e fortalecer os movimentos na saúde, cultura e educação, combatendo intolerância contra religiões de matrizes africanas.
Descrito como um amparo para representatividade afro no município, esse conselho visa fortalecer as políticas públicas étnico-raciais, ver se realmente são efetivas e chegam a quem precisa. De caráter deliberativo, o Comafro poderá enviar propostas para os poderes constituídos, Legislativo ou Executivo.
“Queremos dar viabilidade às nossas lutas, políticas, fortalecer os movimentos na saúde, cultura e educação, combatendo a intolerância contra religiões de matrizes africanas. Vamos debater a saúde da mulher negra, o combate ao racismo, assédio, enfim, todos os debates possíveis”, afirma Luh Hara, que já tem histórico em lutas sociais ligadas à juventude.
“De 1 a 4 de novembro pretendemos tomar posse. É um mês que queremos várias ações, já fechamos parcerias, para o mês da consciência negra”, explica Luh Hara, que terá um mandato de dois anos. “Nesse período pretendemos fazer audiências públicas, seminários, para mostrar que somos parte dessa sociedade, não existe Executivo ou Legislativo sem debater questão de classe ou etnia. Ainda sofremos os embates do racismo e do preconceito”, pontua.
Segundo ela, a reativação do Comafro foi uma das pautas originadas das conferências étnico-raciais estaduais e municipais. Corumbá e Campo Grande têm conselhos afro muito importantes e efetivos, nós enquanto segunda maior cidade do Estado estávamos pecando. Então tiramos como pauta principal a reativação do conselho como entidade representativa importante nos debates étnico-raciais no município”, explica.