Após criar cargos comissionados, prefeita lamenta aumento de gastos com pessoal

Délia Razuk informou que gasto da Prefeitura de Dourados com folha de pagamentos subiu R$ 6 milhões em relação ao mesmo período de 2016

Délia Razuk convocou imprensa para falar dos desafios enfrentados em quase seis meses no comando da Prefeitura... ()
Délia Razuk convocou imprensa para falar dos desafios enfrentados em quase seis meses no comando da Prefeitura... ()

Em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (29) para falar dos desafios enfrentados nos quase seis meses de mandado, a prefeita de Dourados, Délia Razuk (PR), lamentou o aumento de R$ 6 milhões em gastos com pessoal no comparativo com o mesmo período do ano passado. Embora culpe o PCCR (Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações) do funcionalismo aprovado no ano passado, foi a própria gestora quem elevou o número de cargos comissionados quando enviou à Câmara sua proposta de reforma administrativa.

Ao justificar a dificuldade para conceder reajuste salarial aos servidores públicos do município, a mandatária afirmou que “uma das primeiras medidas que tomou foi levar ao Tribunal de Contas do Estado e à Promotoria Pública a situação em que pegou a prefeitura, ‘com dificuldade de toda ordem’”, incluindo despesas com rescisões de contratos e férias da gestão de Murilo Zauith (PSB) que oneraram os cofres públicos em R$ 27 milhões e R$ 26 milhões nos meses de janeiro e fevereiro.

Conforme divulgado pela assessoria de comunicação social da prefeitura, Délia citou “números disponibilizados pela Secretaria de Fazenda” que revelam “que o PCCR impactou a folha salarial em R$ 6 milhões”. “Mostrou que a despesa com pessoal este mês é de R$ 33,2 milhões, contra R$ 27 milhões em junho do ano passado”, detalhou a publicação.

Esse montante é mais de 50% superior ao informado pelo Portal da Transparência como receitas consolidadas pela administração municipal de 1º a 29 de junho, R$ 49.084.216,53.

No entanto, conforme revelado pela prefeita na entrevista coletiva, o maior impacto nos gastos com folha de pagamento ocorreu em março, “quando entraram os contratados da Educação”. "Neste mês a despesa com pessoal saltou para R$ 33,8 milhões, um acréscimo de R$ 8,1 milhões em relação a março de 2016”, revelou.

Mais uma vez, o montante supera 50% das receitas relativas ao mesmo período detalhado no Portal da Transparência, indicado em R$ 59.532.527,49.

Embora insista que esse elevado gasto com folha seja consequência do PCCR aprovado pela Câmara de Vereadores em 2016, quando era parlamentar e votou favorável, Délia também não fez questão de reduzir o número de cargos comissionados como chegou a anunciar antes de tomar posse. Ao contrário, quando enviou ao Legislativo o Projeto de Lei Complementar número 03/2017, que tratava da reforma administrativa, pediu para elevar esse número.

Em trecho da medida, destacou que os cargos em comissão da administração totalizavam o número de 546 quando assumiu a prefeitura e alegou que aproveitaria “a grande maioria dos cargos já existentes” para refazer o total em 652 cargos comissionados. “Denota-se, portanto, que estão sendo criados de fato apenas 06 cargos”, pontuou.

De livre nomeação e voltados para funções de confiança, somente esses seis novos cargos criados pela prefeita têm custo mensal estimado em R$ 42 mil, ou seja, esses servidores de confiança vão gerar despesa de quase R$ 500 mil por ano aos cofres públicos municipais.

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