Cálculo da Embrapa indica que Dourados terá mínimas de 5 graus no próximo mês

Calorão superior a 30ºC registrado nesses primeiros dias de maio deverá dar lugar a frio intenso a partir do próximo mês no município, quando começa o inverno

Sistema de cálculo da Embrapa indica que temperatura chegará a 5 graus em junho (Foto: A. Frota)
Sistema de cálculo da Embrapa indica que temperatura chegará a 5 graus em junho (Foto: A. Frota)

Um cálculo da Embrapa Agropecuária Oeste permite que quem mora ou está de passagem por Dourados em meio ao calorão superior a 30ºC dos primeiros dias de maio já saiba, com antecedência, que no próximo mês o frio deve castigar. Desenvolvido para previsão de geadas na região Sul do Estado em função dos riscos que esses fenômenos climáticos causam para a agricultura, especialmente à safra de milho, o sistema indica que as temperaturas mínimas de junho podem ser de 5 graus ou até menos.  

Conforme revelado pela 94FM ainda em março, os pesquisadores de Agrometeorologia da Embrapa, Danilton Luiz Flumignan, Éder Comunello e Carlos Ricardo Fietz, além da mestranda em Agronomia da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) Rafaela Silva Santana, afirmaram em artigo assinado conjuntamente que as mínimas de junho tendem a ser de 5ºC, mas podem ser ainda menores por causa da margem de erro do sistema que desenvolveram.

GEADA IMPROVÁVEL

“Considerando-se a incerteza associada ao modelo matemático que faz a previsão (± 2,3 ºC), estima-se que a temperatura poderá variar de 7,3 a 2,7 ºC. Sendo assim, a Embrapa Agropecuária Oeste alerta que a situação mais provável seja de que não ocorram geadas em junho de 2018 na região Sul de Mato Grosso do Sul. No entanto, a previsão indica não ser possível descartar completamente essa possibilidade. Caso ocorra, a maior probabilidade é de que seja de intensidade fraca e uma menor probabilidade de intensidade moderada”, detalha a publicação.

ESTAÇÃO AGROMETEOROLÓGICA

Os pesquisadores lembraram ainda que a previsão toma como base as condições climáticas da região de Dourados e que, “ao inferir para o contexto de outros locais da região Sul do Mato Grosso do Sul, é importante que o usuário desta previsão considere que a temperatura do ar no seu local de interesse pode diferir daquela da região de Dourados, tanto para cima, quanto para baixo”.

“A Embrapa não realiza previsão do tempo. No entanto, ciente da importância das geadas como fator de risco a produtividade no campo, a Embrapa Agropecuária Oeste vem pesquisando este tema e desenvolveu um sistema específico para previsão de geadas na região. Este sistema usa dados de chuva medidos na sua estação agrometeorológica localizada em Dourados e de temperatura da superfície do mar fornecidos pela agência americana National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA)”, detalharam os pesquisadores na ocasião.

INVERNO RIGOROSO?

No final de abril, o diretor do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), Francisco de Assis Diniz, divulgou nota de esclarecimento para desmentir boatos surgidos na mídia do país indicando que o inverno de 2018 seria o mais rigoroso dos últimos 100 anos no Brasil.

Além de garantir que “tal informação não procede, pois, não possui qualquer fundamento técnico/científico, nenhuma base de estudo de pesquisa climatológica ou de previsão climática”, o INMET comunicou “que a grande maioria dos modelos de previsão de temperaturas para o inverno de 2018 indicam que teremos condições dentro da normalidade, com algumas ondas de frio que devem atingir até a parte sul da Região Norte do Brasil”.

A nota de esclarecimento detalhou ainda os invernos “mais severos que se destacaram no Brasil originadas de ondas de frios que atingiram as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte”. No dia 18 de julho de 1975 houve a mais intensa, de -10,0°C, em Guarapuava/PR, seguida pelas de 31 de maio de 1979 (-0,7°C, em Orleans/SC), de 21 de julho de 1981 (-8,4ºC, em Maria da Fé/MG), de julho de 1985 (-4,8ºC, dia 11/07, em Campos Novos/SC), de 26 de junho de 1994 a 10 de julho de 1994 (-6,2ºC, dia 26/06, em Bom Jesus/RS), de julho de 1999 (-1,5ºC, dias 05/07 e 31/07, em Bom Jesus/RS), de julho de 2000 (-9,0ºC, dia 14/07, em São Joaquim/SC) e de julho de 2017 (-4,0ºC, dia 19/07, em Irati/PR).


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