Com aparelho quebrado, HU não cumpre lei que obriga teste da orelhinha em recém nascidos

Serviço está paralisado há seis meses. Hospital não respondeu sobre quando o teste voltará a ser feito

Em vigor desde 2 agosto de 2010, a lei que obriga todos os hospitais e maternidades a realizarem nos recém nascidos o chamado “ teste da orelinha”, não está sendo praticada em Dourados. O exame se chama Emissões Otoacústicas Evocadas, e pode detectar se o bebê tem algum problema auditivo e evitar problemas na fala e no aprendizado da criança.

O aparelho do Hospital Universitário (HU) está quebrado e segundo algumas mães, elas esperam mais de 6 meses pela manutenção que nunca acontece.

Em um grupo formado nas redes sociais Nayani Coelho conta que a filha tem seis meses e nunca fez o exame porque desde seu nascimento o equipamento não funciona. Outra a questionar é Camila Ferreira, “sai do Hospital sem fazer o teste. Isso não poderia ter acontecido! Liguei no HU me falaram não tem previsão de quando vão arrumar”, contou.

Polly Sanches da Mata classificou o fato como um descaso. "Meu filho deveria ter feito de 3 em 3 meses até 1 ano de idade e só fez uma vez pq sempre estava quebrado.Graças a Deus ele já vai fazer 2 anos e tem a audição perfeita, mas e se tivesse problemas?", questionou ela que é mãe de um menino.
Camila conta ainda que procurou se informar sobre o exame em clínicas particulares “fui procurar saber qual o valor para fazer, são R$ 150,00. Caro!”, apontou.

Vale ressaltar que qualquer criança pode apresentar um problema auditivo no nascimento ou adquiri-lo nos primeiros anos de vida. Isto pode acontecer mesmo que não haja casos de surdez na família ou nenhum fator de risco aparente.

Segundo o Comitê Brasileiro sobre Perdas Auditivas, No Brasil estima-se que existam cerca de 15 milhões de pessoas com algum tipo de perda auditiva. No Censo de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 3,3% da população responderam ter algum problema auditivo. Aproximadamente 1% declarou ser incapaz de ouvir.

A redação da 94FM entrou em contato com o HU na tarde de ontem (24), mas até o fechamento deste texto não havia recebido resposta.