Depois de quase ser cancelado, concurso da prefeitura de Dourados vira caso de polícia

Depois de quase ser cancelado, concurso da prefeitura de Dourados vira caso de polícia

Confusão e tumulto marcaram o concurso para cargos da Prefeitura de Dourados na manhã de hoje (10). Candidatos que sentiram-se lesados pelo horário de fechamento dos portões e por situações envolvendo problemas com ensalamentos e registros dos nomes das pessoas nas provas, foram até a 1º Depac (Delegacia de Polícia) registrar boletim de ocorrência. 

"Semana passada vim na Unigran fazer o concurso da Agepen e foi tudo certinho. Mas hoje falaram um horário e fecharam os portões antes. No meu caso cheguei lá com tempo, me informaram bloco 11 e fiquei aguardando. Faltando 15 minutos para a prova não encontraram meu nome na lista, e então fui informado de que minha sala era embaixo.

Agora me resta procurar meus direitos", descreveu o candidato Wilson Amaral. Segundo ele, os dois blocos e salas estavam indicados iguais, sendo que no andar superior acontecia uma prova relacionada ao CRC (Conselho Regional de Contabilistas). 

Outra pessoa que sentiu-se prejudicada pela ausência de informações foi o candidato Clezer Gomes. "Cheguei na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e meu nome não estava na relação na porta do lado de fora. Me informei com os monitores e fui até outra sala, aí meu nome estava na porta", informa. Os candidatos ainda reclamaram da falta de instruções por parte de monitores. 

Procurada pela reportagem, a Fapems (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura de Mato Grosso do Sul), através de seu gerente administrativo, Alexsander Gonçalves Almeida, declarou que a confusão se deu após o atraso de um grande número de candidatos. "Esses candidatos que chegaram atrasados não adentraram o local da prova como em qualquer outro concurso.

Sobre os candidatos que não encontraram seus nomes nos registros, foram 4 ou 5, e os nomes não constavam porque eles estavam em outra sala", informou. Segundo ele, a Fapems se isenta de qualquer responsabilidade sobre o caso. 

Há cerca de 4 dias, o MPE (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul), por meio do Promotor de Justiça Eteocles Brito Mendonça Dias Junior ingressou com Ação Civil Pública contra a prefeitura devido a irregularidades no edital.

De acordo com a ação, o edital não previa isenção por hipossuficiencia econômica, o que, além de contrariar preceitos constitucionais e legais, prejudicava gravemente pessoas carentes interessadas em participar do certame. No edital, era previso isenção de inscrição apenas na hipótese de doadores de sangue. Porém, a data foi mantida e o concurso aconteceu na manhã de hoje (10).

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