‘Dourados pede socorro’: filhos de mulher que morreu ao desviar de buraco protestam

Manifestação agendada para o próximo sábado vai cobrar prefeitura para resolver problema da buraqueira nas ruas da cidade

Buraco que fez Sônia desviar e perder o controle da moto no acidente fatal foi pintado com sinais de alerta (F... ()
Buraco que fez Sônia desviar e perder o controle da moto no acidente fatal foi pintado com sinais de alerta (F... ()

“Não queremos que outras famílias sintam a dor que estamos sentindo”. Com essa frase, filhos da zeladora Sônia Aparecida Rodrigues Fernandes justificam a manifestação agendada para sábado (24) com o lema “Dourados pede socorro”. Ainda em luto pela morte da mãe, que sofreu acidente de moto na segunda-feira (19) ao desviar de um buraco na Rua Jose Roberto Teixeira, no Altos do Indaiá, eles querem que a prefeitura tome providências urgentes para solucionar a buraqueira que castiga as ruas da cidade.

Sônia tinha 54 anos e não resistiu aos ferimentos causados pelo impacto da cabeça contra uma árvore do canteiro central. Uma filha dela que estava na garupa escapou ilesa e contou aos irmãos que o motivo do acidente foi a repentina tentativa da motociclista de desviar do enorme buraco que estava cheio de água no meio da via naquela segunda-feira chuvosa.

“Sábado à tarde, vamos sair do Ceper do Flórida às 16 horas e vamos até a Praça Antônio João. A concentração começa às 15 horas. Vamos levar cartaz, faixa, e cobrar por melhorias em Dourados. Quem quiser participar é só chegar.  Estamos convidando os clubes de moto, porque também sofrem com essa buraqueira. Decidimos fazer a manifestação porque já tinha morrido uma senhora e agora morreu nossa mãe, e a dor que estamos sentindo não queremos que outra família sinta”, explica Jeferson Fernandes, de 23 anos, autônomo, um dos filhos de Sônia.

Outro filho da motociclista, Ivanilton Fernandes, de 27 anos, também autônomo, diz que a família não descarta uma possível ação judicial para responsabilizar a administração municipal pelo acidente. “Foi o buraco que provocou o acidente. Minha irmã estava junto com ela [Sônia] e viu que ela desviou do buraco, bateu no meio fio e depois bateu a cabeça na árvore. A gente quer a Justiça”, afirma.

Mais um filho que ainda sofre com a perda, Anderson Rodrigues Fernandes, de 33 anos, vendedor, lembra que era a mãe quem custeava as despesas da casa trabalhando como zeladora em uma empresa da cidade. “Ultimamente quem estava sustentando a casa era minha mãe, o pilar que estava sustentando tuto, ralando em dia de chuva para sustentar a casa, a família”, recorda, mencionando que um dos irmãos que ficaram órfãos tem só 11 anos de idade.

Para sábado, a intenção de familiares e amigos de Sônia é chamar a atenção dos gestores municipais. Mandaram fazer camiseta e pretendem fazer o percurso do Ceper do Flórida até a Praça Antônio João a pé, a frente de motos e carros de quem quiser participar do ato. “Fomos ontem à noite [na rua em que houve o acidente) e o buraco ainda estava aberto”, queixa-se Anderson.

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