Dourados teve 57 acidentes com animais peçonhentos em 2019 e saúde faz alerta
A maior parte dos ataques ocorridos no ano passado, 23, envolveram serpentes

Dourados teve 57 acidentes com animais peçonhentos em 2019, de acordo com boletim informativo divulgado nesta terça-feira (7) pelo Departamento de Vigilância em Saúde. Junto com esses dados, o órgão apresentou um alerta sobre como evitar ocorrências desse tipo e o que fazer caso alguém seja picado.
A maior parte dos ataques ocorridos no ano passado, 23, envolveram serpentes. Já os escorpiões foram responsáveis por 21, as aranhas por oito, lagartas por quatro, e as abelhas por apenas um. Nos atendimentos realizados às vítimas, foram utilizados 184 frascos de soros antipeçonhas.
De acordo com o enfermeiro Edvan Marcelo M. Marques e o farmacêutico Emerson Eduardo Correa, o alerta com meios de prevenir e de tratar ocorre porque o verão, caracterizado por mudanças rápidas nas condições diárias do tempo, levando ao aumento da temperatura e ocorrência de chuvas de curta duração e forte intensidade, intensifica os riscos de acidentes com animais peçonhentos.
O Departamento de Vigilância em Saúde computou os dados de 2019 a partir de casos notificados e tratados pelo Núcleo Municipal de Imunização por meio das Unidades Sentinelas, hospitais e UPA 24 Horas (Unidade de Pronto Atendimento).
PREVENÇÃO
Para prevenir acidentes com animais peçonhentos terrestres, os profissionais recomendam utilizar botas de cano alto e perneiras em atividades em áreas de matas, como trilhas, e não colocar as mãos em tocas, frestas, buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, em montes de lenha ou entre pedras. Indica ainda a utilização de instrumento de proteção (luvas, enxadas, cabo de vassoura etc.) caso necessária a inspeção.
Eles alertam que “caso encontre colméias/vespeiros em áreas sob risco de acidente, contate a autoridade local competente para a remoção” e “inspecione roupas, calçados, toalhas de banho e rosto, roupas de cama, pano de chão e tapetes antes de usá-los e evite pendurar roupas fora dos armários”.
Há também recomendação para afastar camas e berços das paredes e antes de dormir, inspecionar os cômodos da casa, principalmente camas, locais escuros, para verificar a presença de aranhas ou escorpiões, pois a noite estes animais são mais ativos, e em caso de enchentes, evitar o contato com a água.
“Esteja sempre atento, pois serpentes podem estar se deslocando em busca de locais secos; mantenha ralos, frestas e instalações elétricas fechadas; acomode o lixo apropriadamente, evitando o aparecimento de baratas, que servem de alimento para escorpiões; caso encontre animal peçonhento não o tocar, mesmo que pareça morto, avise ou procure as autoridades competentes como as polícias ambientais e agentes da saúde para remoção e orientações”, alerta o boletim informativo.
ACIDENTES
O documento descreve ainda que em caso de acidente com animais peçonhentos deve-se procurar atendimento médico imediatamente. “Em Dourados, dispomos do Hospital da Vida e da Unidade de Pronto Atendimento – UPA para esses tipos de atendimentos, ambos com serviços 24hs. Além é claro do Serviço Móvel de Urgência – SAMU, através do número 192, em casos que necessitem de atendimento in loco”, indica.
Os profissionais informam que caso atrase o atendimento médico, a vítima do acidente deve lavar o local da picada com água e sabão (exceto em acidentes por águas vivas ou caravelas), manter em repouso e membro acometido elevado até a chegada ao pronto socorro.
“Em acidentes nas extremidades do corpo (braços, mãos, pernas e pés), retire acessórios que podem piorar o quadro clínico, como anéis, fitas amarradas e calçados; nunca amarre ou faça torniquete no membro acometido e, nunca sugue, corte e/ou aplique substâncias estranhas (pó de café, álcool, entre outros) no local da picada”, descreve.
Os profissionais pontuam que “apenas em acidentes com águas-vivas e caravelas, pode-se utilizar pacotes fechados de gelo envoltos em panos, para alívio da dor”, e “não usar água doce para lavar o local da lesão, nem para aplicar compressas geladas, pois pode piorar o quadro do envenenamento”.
Nesse caso, “o vinagre pode ser usado na inativação de tentáculos aderidos à pele. A remoção deve ser feita de forma cuidadosa, com pinça ou lâmina”.
“Procure assistência médica para avaliação clínica e, se necessário, tratamento complementar, informe ao profissional de saúde o máximo de características do animal, como: tipo, cor, tamanho, entre outras. Se possível tire uma foto do animal, para auxiliar na identificação do animal causador do acidente, no diagnóstico e melhor escolha de tratamento”, finaliza o boletim.