Em reunião com oficiais, MPE constata necessidade de ao menos 122 policiais

Promotoria de Justiça aponta militares necessários em Dourados para o trabalho preventivo e ostensivo, excluindo-se as demais atribuições, como administrativos, guarda de escolta e outros

Investigação do MPE apurou falta de efetivo para policiamento ostensivo e preventivo (Foto: Divulgação/PM-MS)
Investigação do MPE apurou falta de efetivo para policiamento ostensivo e preventivo (Foto: Divulgação/PM-MS)

Depois de reunirem-se no final de fevereiro com oficiais da PM (Polícia Militar) em Dourados, os promotores de Justiça Ricardo Rotunno e Juliano Albuquerque constataram que faltam, no mínimo, pelo menos 122 policiais militares para garantir um efetivo razoável somente no município. Trata-se de agentes necessários somente para o trabalho preventivo e ostensivo, excluindo-se as demais atribuições, como administrativos, guarda de escolta e outros. 

A reunião iniciada às 9h do dia 25 passado integra o Inquérito Civil número 09.2017.00002658-9, instaurado pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual) em 31 de julho de 2017 para “acompanhar o deslinde das tratativas realizadas pelo Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Justiça e Segurança Pública e o Comando Geral da Polícia Militar, visando a realização de concurso público para a formação de policiais militares, a fim de suprir a demanda do Estado, notadamente do 3º BPM”.

No decorrer desse procedimento, a Promotoria de Justiça já havia apurado déficit no efetivo da PM em Dourados, mas a situação ficou ainda mais clara durante a conversa com o tenente coronel Carlos Silva, comandante do 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar), e com o capitão Teodoro Caramalac Neto, responsável pela 9ª CIPM (Companhia Independente de Polícia Militar).

Conforme a ata de reunião obtida pela 94FM, Carlos Silva detalhou que dispõe de 223 militares em seu batalhão, dos quais 148 para policiamento preventivo/ostensivo de toda área. Os demais atuam em funções administrativas, CIOPS, escolta hospitalar, e guardas na PED (Penitenciária Estadual de Dourados) e na Unei (Unidade Educacional de Internação) Laranja Doce.

Já a recém-criada 9ª Cia, que herdou policiais, armas e equipamentos do 3º BPM a partir de desmembramento determinado para reestruturação operacional da PM-MS, tem um efetivo de 67 policiais, dos quais aproximadamente 30 nas ruas. Essa companhia assumiu a responsabilidade pelo policiamento de 27% do território antes delegado ao batalhão, na área oeste, o que incluiu o distrito de Itahum e os municípios vizinhos de Laguna Carapã e Caarapó.

Ao final do documento, o MPE conclui que “para atendimento do 3º Batalhão e da 9ª Cia de Dourados, o ideal seria de um efetivo com 601 policiais militares”. Os promotores de Justiça ponderam, ainda que “no plano concreto, atualmente para o atendimento somente de Dourados o efetivo razoável seria de 300 policiais militares, apenas fazendo o trabalho preventivo/ostensivo, excluindo-se as demais atribuições como administrativos, guarda etc”.

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