Embrapa confirma agosto mais chuvoso, úmido e frio do que a média em Dourados
Com base em quatro décadas de monitoramento climático, Boletim Guia Clima revela que mês passado teve índice pluviométrico 22 milímetro superior ao esperado
Boletim agrometeorológico divulgado nesta segunda-feira (10) pela Embrapa Agropecuária Oeste confirma que agosto de 2018 foi mais chuvoso, úmido e frio do que a média histórica em Dourados. Com base em quase 40 anos de monitoramento climático, detalhou que o índice pluviométrico foi 22 milímetros superior ao esperado, a umidade relativa do ar ficou 7% acima do previsto, e a temperatura um grau e meio abaixo do habitual para este mês.
Assinado pelo agrometeorologista Carlos Ricardo Fietz, o Boletim Guia Clima é embasado nos dados coletados pela estação agromeorológica em atividade desde 1979 no município. “Choveu 69 milímetros em Dourados em agosto de 2018, 22 milímetros acima da média histórica do mês, 48 milímetros. Houve sete dias chuvosos e a maior chuva foi 31 milímetros em 8 de agosto”, detalha o pesquisador.
O texto revela ainda o índice pluviométrico de outros municípios sul-mato-grossenses. “Com base nos registros das estações meteorológicas da Embrapa (Dourados e Rio Brilhante) e do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), pode-se observar que em agosto houve grande variação no volume de chuvas na região sul de Mato Grosso do Sul: Ivinhema (132mm), Itaquirai (127 mm), Nova Andradina (119 mm), Fátima do Sul (114 mm), Iguatemi (114 mm), Campo Grande (112 mm), Sete Quedas (112 mm), Angélica (105 mm), Nova Alvorada do Sul (92 mm), Itaporã (90 mm), Juti (73 mm), Rio Brilhante (69 mm), Laguna Caarapã (65 mm), Maracaju (62 mm), Jardim (57 mm), Caarapó (41 mm), Ponta Porã (39 mm), Bela Vista (38 mm) e Sidrolândia (17 mm). Portanto, em Ivinhema foi registrado o maior índice pluviométrico, enquanto o menor ocorreu em Sidrolândia”, descreve.
Já a umidade relativa do ar, que nas quatro décadas de monitoramento climático teve média calculada em 59%, neste agosto de 2018 foi 66%, 7% superior à média histórica. “Em 12 dias ocorreram níveis de umidade do ar inferior a 30%, atingindo 13% em 26 de agosto. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), níveis de umidade do ar inferiores a 30% exigem cuidados, pois podem ser prejudiciais à saúde humana”, pontua o pesquisador da Embrapa.
Quem mora ou esteve de passagem por Dourados no mês passado percebeu que o frio não deu sossego. E segundo o Boletim Guia Clima, a temperatura média na cidade foi 18,8°C, um grau e meio abaixo da média histórica de agosto, 20,3°C. “A média das máximas, 25,2°C, foi três graus superior à normal deste mês, 28,2°C. Apenas em sete dias de agosto as máximas superaram 30°C, atingindo 35,7°C em 30 de agosto. A média das mínimas foi 13,1°C, quase um grau inferior à média histórica, 13,8°C. Em dez dias as temperaturas foram inferiores a 10°C, com a mínima do mês de 4,4°C, em 10 de agosto”, acrescenta.
Na região sul do Estado, a temperatura máxima ocorreu em Rio Brilhante, 38,2°C, em 30 de agosto, enquanto a mínima, 2,0°C, foi registrada em Bela Vista em 10 de agosto, aponta Fietz.