Empresário vítima de atentado a tiros é denunciado por porte de arma de fogo

Alvo de uma tentativa de homicídio em fevereiro, empresário douradense tinha uma pistola no veículo e outra na própria casa, conforme denúncia apresentada pelo MPE

Uma das armas foi encontrada na caminhonete conduzida pelo empresário no dia do atentado (Foto: Sidnei Bronka)
Uma das armas foi encontrada na caminhonete conduzida pelo empresário no dia do atentado (Foto: Sidnei Bronka)

O empresário José Pereira Barreto, de 38 anos, alvo de um atentado a tiros ocorrido no final da tarde de 13 de fevereiro em Dourados, foi denunciado pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual) por porte e posse ilegal de arma de fogo. No dia em que ocorreu a tentativa de homicídio, policiais encontraram com a vítima uma pistola calibre 380 municiada. Na residência havia outra, 9 milímetros.

Oferecida no dia 1º de abril pelo promotor Claudio Rogério Ferreira Gomes, da 5ª Promotoria de Justiça de Dourados, a denúncia acusa dois crimes: porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (com pena prevista de reclusão de 2 a 4 anos e multa) e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (reclusão, de 3 a 6 anos, e multa).

O MPE argumentou à Justiça que o inquérito policial indicou que ao atender a ocorrência de tentativa de homicídio da qual foi vítima o empresário, os policiais da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário realizaram a vistoria do veículo GM S-10, conduzido por José Pereira Barreto, onde encontraram uma pistola, marca Taurus, modelo PT 58 HC Plus, calibre .380 e 16 (dezesseis) munições no carregador, marca ACP, calibre .380.

Denúncia foi oferecida pelo promotor Claudio Rogério Ferreira Gomes, da 5ª Promotoria de Justiça de Dourados (Foto: Sidnei Bronka)
Denúncia foi oferecida pelo promotor Claudio Rogério Ferreira Gomes, da 5ª Promotoria de Justiça de Dourados (Foto: Sidnei Bronka)
“Durante a elaboração do boletim de ocorrência, chegou à autoridade policial a informação de que na residência do denunciado existiam outras armas e munições. Determinou-se, então, que fosse realizada a busca no local, onde foram encontradas 01 (uma) pistola, marca Taurus, modelo PT 809, calibre 9 mm; 41 munições, marca Luger, calibre 9mm; 40 munições de calibre 380, marca ACP, além de grande quantia em dinheiro e uma máquina para contar cédulas”, detalha a denúncia.

Barreto chegou a ser preso em flagrante enquanto permanecia internado num hospital da cidade. Mas no dia 15 de fevereiro o juiz Luiz Alberto de Moura Filho, da 1ª Vara Criminal, arbitrou fiança de 10 salários mínimos (R$ 998,00) e estabeleceu medidas cautelares para o acusado. Em 7 de março, esse mesmo magistrado determinou a devolução de R$ 450.050,00 apreendidos na casa do empresário.

Naquele despacho, o juiz acatou a tese da defesa de Barreto mesmo com parecer contrário do MPE-MS. Os advogados requereram a restituição dos valores sob alegação de que são oriundos de empresa de turismo do empresário, responsável por uma renda estimada em R$ 2 milhões nos 12 meses recentes.

“Denota-se que os valores apreendidos não se referem aos crimes pelo qual o ora requerente foi autuado em flagrante, além de ter o mesmo provado a origem lícita e a propriedade dos referidos valores. Logo, a quantia pleiteada não interessa ao processo criminal”, despachou o magistrado na ocasião.

Atentado contra empresário teria sido encomendado pela esposa dele e um funcionário de confiança (Foto: Sidnei Bronka)
Atentado contra empresário teria sido encomendado pela esposa dele e um funcionário de confiança (Foto: Sidnei Bronka)

Sobre o atentado a tiros que vitimou Barreto, já no dia seguinte o delegado Rodolfo Daltro, chefe do SIG (Setor de Investigações Gerais) da Polícia Civil, esclareceu que Valdirene Fiorentino da Silva, de 35 anos, esposa do empresário, e Pedro Jorge Braga Cancio Junior, de 29 anos, funcionário dele, foram os mandantes do crime.

As investigações apontaram que Pedro Jorge e Valdirene repassaram R$ 20 mil para que David Jhonatan dos Santos, 29 anos, Paulo Vitor dos Santos, 32 anos, e Leandro Alves Gonçalves, 24 anos, fossem responsáveis pela contratação dos executores do atentado, Charles Barros de Lima Ribeiro, 21 anos, e João Paulo Alves Cardoso, 26 anos. Todos os acusados estão presos.

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