Famílias protestam contra demora na entrega de casas invadidas em abril

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Famílias protestam contra demora na entrega de casas invadidas em abril

Pelo menos 50 pessoas protestaram na manhã desta quarta-feira (15) em frente ao Centro Administrativo Municipal de Dourados, onde funcionam o gabinete do prefeito e a maioria das secretarias municipais. O objetivo foi cobrar da prefeitura a entrega das 450 casas do residencial Dioclécio Artuzi III, que foram invadidas em abril por famílias sem-teto, mas estão desocupadas desde maio e até agora não existe previsão de quando serão entregues às famílias contempladas.

Os moradores que participaram do protesto foram sorteados no ano passado e selecionados pela Caixa Econômica Federal depois de cumprirem todas as etapas exigidas pelo programa “Minha Casa, Minha Vida”. Entretanto, eles reclamam da indefinição dos órgãos públicos sobre a entrega das moradias enquanto continuam pagando aluguel.

Após a mobilização na sede da prefeitura, o grupo seguiu para a frente da agência da Caixa Econômica Federal, na Avenida Weimar Gonçalves Torres.

Empurra-empurra – As famílias protestam principalmente contra o jogo de “empurra-empurra” entre a prefeitura e a Caixa. “Uma joga para a outra. Quando chegamos na prefeitura eles informam que o problema é com a Caixa. Na Caixa falam que é com a prefeitura”, afirmou Lizandra Borges, 30.

Mãe de duas crianças e no nono mês de gravidez do terceiro filho, ela paga aluguel e afirma que tinha a esperança de ganhar a criança na casa nova.

Cobram compromisso – As famílias cobram também o cumprimento de um compromisso que teria sido feito pelo ex-superintendente da Caixa em Mato Grosso do Sul, Paulo Antunes Siqueira, transferido recentemente para Minas Gerais.

Ele teria garantido aos contemplados que a Caixa entregaria as casas conforme as obras fossem concluídas, sem esperar pelo término de todas as unidades. Os futuros moradores afirmam que um quarteirão inteiro está pronto, mesmo assim as casas ainda não foram entregues.

O Campo Grande News procurou a Superintendência da Caixa na Capital. A atendente passou a ligação para um funcionário, que transferiu a responsabilidade para a assessoria de imprensa. Entretanto, o assessor não estava no prédio e não atendeu ao celular.

A prefeitura informou que as famílias apenas passaram pelo Centro Administrativo Municipal, onde foram orientadas por servidores setor de habitação que o caso é com a Caixa Econômica Federal.

Invasão e depredação – Em abril deste ano, quando as casas ainda estavam na fase de acabamento, famílias sem-teto ocuparam as moradias alegando que a maioria das unidades seria entregue para famílias “que não precisam” enquanto centenas de moradores permanecem na fila da casa própria.

Ainda em abril a Justiça determinou o despejo dos invasores, mas o grupo ficou no residencial até o dia 13 de maio, quando algumas famílias voltaram para as casas onde moravam antes e outras acamparam em uma área na saída para Caarapó.

Na época, a empresa LC Braga Incorporadora, responsável pela construção, chegou a registrar um boletim de ocorrência para denunciar atos de vandalismo nas casas e informou que em função disso a conclusão das obras ia demorar além do previsto.

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