Garagista é condenado a 15 anos preso pelo assassinato de jovens em Dourados

O garagista Júnior Chagas, de 40 anos, foi condenado a 15 anos de prisão por um duplo assassinato cometido no dia 5 de abril de 2016 em Dourados. A sentença foi proferida no início da noite desta terça-feira (25), em julgamento realizado pelo Tribunal do Júri. As vítimas, Lucas Benites Gottardi, então com 22 anos, e Ailton Fernandes dos Reis, à época do crime com 20 anos, foram mortas a tiros na BR-163, num trecho de saída para Caarapó.
Preso desde 13 de maio do ano passado, quando foi identificado com autor do crime pelo SIG (Serviço de Investigações Gerais) da Polícia Civil, Chagas teve negado pedido de habeas corpus que visava revogar sua prisão cautelar. Segundo o juiz César de Souza Lima, porque a acusação deu-se pela "prática de dois homicídios duplamente qualificados, praticados, em tese, por vingança e sem possibilidade de defesa às vítimas, em possível execução sumária como forma de realizar justiça pelas próprias mãos".
De acordo com os autos do processo, Chagas alegou crer que sua caminhonete havia sido roubada pelos dois jovens, motivo pelo qual passou a investiga-los por conta própria e agendou o encontro onde ocorreu o duplo assassinato.
Na sentença, Chagas foi condenado por "culpabilidade acentuada, pois perseguiu as vítimas na estrada e há dias já as investigava, em alta reprovabilidade; motivos já analisados nas qualificadoras, circunstâncias ruins em uma rodovia movimentada, com possibilidade de transeuntes serem atingidos, sem olvidar que uma das vítimas implorou pela vida e nada se provou quanto ao furto da camionete".
Os jurados consideraram que "as vítimas não contribuíram para o evento".
"Considerando as circunstâncias judiciais desfavoráveis fixo a pena base um pouco acima do mínimo legal em 8 anos de reclusão. Sem agravantes. Pela atenuante da confissão, retira-se 6 meses. À míngua de causas especiais de aumento e diminuição, pelo homicídio contra Lucas Benites Gottardi, torno a pena definitiva em 7 anos e 6 meses de reclusão. Pelos mesmos motivos acima, pelo homicídio contra Ailton Fernandes dos Reis, fixo a pena base em em 8 anos de reclusão. Sem agravantes. Pela atenuante da confissão, retira-se 6 meses. À míngua de causas especiais de aumento e diminuição, torno a pena definitiva em 7 anos e 6 meses de reclusão. Pelo cúmulo material as penas devem ser somadas, a totalizar 15 anos de reclusão", sentenciou o magistrado.
Antes de serem assassinados, Lucas Benites Gottardi já havia sido preso em 2015 acusado de furtar motos no pátio do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) em Caarapó, e Ailton Fernandes dos Reis foi preso no dia 28 de janeiro de 2016 acusado de furtar o carro de um pastor em Caarapó.