Gestão Délia culpa antecessor por atrasos salariais de servidores ocorridos em 2017
Ao prestar esclarecimentos para o MPE, secretária de Administração diz que ex-prefeito não fez planejamento e deixou prefeitura sem dinheiro
Investigada pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual), a Prefeitura de Dourados culpa o ex-prefeito Murilo Zauith pela ocorrência de atrasos nos pagamentos de salários do funcionalismo público municipal em 2017. Segundo a gestão da prefeita Délia Razuk (PR), os vencimentos têm sido quitados em dia desde fevereiro deste ano e atualmente o gasto com pessoal consome 52,51% da arrecadação líquida do município.
Essas informações foram prestadas pela secretária municipal de Administração, Elaine Terezinha Boschetti Trota, no Inquérito Civil nº 06.2017.00002245-0. No dia 5 de julho, ela enviou ofício de resposta após solicitação encaminhada pelo promotor de Justiça Ricardo Rotunno.
RELIGIOSAMENTE
Quanto ao pedido de informações feito pelo MPE sobre a atual situação do pagamento dos salários do funcionalismo público municipal, a secretária garante que “desde fevereiro de 2018 a folha de servidores vem sendo paga religiosamente em dia, ou seja, até o quinto dia útil do mês, sendo que em alguns meses, quando houve disponibilidade de recursos foi paga até antes do quinto dia útil”.
Embora a própria prefeita Délia Razuk já tenha elogiado publicamente seu antecessor, Murilo Zauith, pela forma como conduziu a administração do município, o mau momento econômico enfrentado pela prefeitura recentemente foi creditado na conta do ex-prefeito.FALTA DE PLANEJAMENTO
“Gostaria de registrar que sempre cumprimos com nossos compromissos financeiros em dia e que o atraso ocorrido na folha de pagamento no ano anterior foi ocasionado pela falta de planejamento da gestão anterior, pois recebemos a Prefeitura Municipal sem disponibilidade financeira e orçamentária para honrar o acréscimo na despesa com pessoal, mas que este ano de 2018 já estamos tomando medidas necessárias para não ocorrer mais atraso no vencimento dos servidores”, relata a secretária de Administração no ofício endereçado ao MPE.
Neste mesmo documento, a administração municipal detalha que 52,51% da receita corrente líquida obtida nos últimos 12 meses foi consumida com pagamento de servidores. Até maio deste ano, dos R$ 717.272.844.30 arrecadados pela prefeitura, R$ 376.626.566,42 foram destinados à folha de pagamentos.
Também por exigência do MPE, a gestão Délia Razuk detalhou que de janeiro a maio deste ano gastou R$ 110.026.913,21 com vencimentos e vantagens fixas de servidores efetivos. Outros R$ 11.978.210,81 pagaram funcionários contratados por tempo determinado, os chamados comissionados, que ocupam cargos de livre nomeação.