Há um ano, douradense pagava até R$ 8 a menos no quilo da carne de segunda

No final de 2019, a carne bovina sofreu alta desenfreada com aumento das exportações brasileiras

Preços das carnes sofrem alta acentuada desde o final de 2019 (Foto: Reprodução/Famasul)
Preços das carnes sofrem alta acentuada desde o final de 2019 (Foto: Reprodução/Famasul)

Pesquisa de preços da cesta básica realizada pelo Procon (Programa Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor) mostra que há um ano os consumidores douradenses pagavam até R$ 8,00 a menos no quilo da carne de segunda mais cara vendida em Dourados. No final de 2019, a carne bovina sofreu alta desenfreada com aumento das exportações brasileiras.

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Em visita ao município no dia 25 de novembro, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, afirmou ser um momento passageiro de equilíbrio da cadeia produtiva, mas pontuou que não seria mais possível pagar o quanto era pago anteriormente.

No levantamento feito entre segunda-feira (3) e terça-feira (4) em 13 supermercados de Dourados, o Procon apurou que o quilo da carne de segunda era envido por valores entre R$ 11,98 e R$ 22,99. (clique aqui para conferir a pesquisa completa)

Embora tenha sido constatada queda de preço em relação a janeiro deste ano, quando o quilo mais barato custava R$ 13,99 e o mais caro R$ 27,99, o comparativo com a pesquisa de 4 de fevereiro de 2019 mostra que a alta persiste. Na ocasião, era possível comprar esse produto por R$ 9,99 ou R$ 14,99. (clique aqui para conferir a pesquisa de 2019)

Ao longo do ano passado, o órgão de proteção e defesa do consumidor tinha como referência de carne de segunda para pesquisa de preços a paleta.

Em julho de 2019, o Procon indicava preços entre R$ 7,99 e R$ 19,99 o quilo. Eles oscilaram de R$ 9,90 a R$ 18,99 em agosto e permaneceram estáveis em R$ 9,90 e R$ 19,90 entre setembro e outubro.

Somente a partir de novembro começou a ser verificada uma alta cada vez mais acentuada. Naquele mês, os preços variaram de R$ 10,98 a R$ 20,99, e no seguinte, dezembro, já passaram a R$ 16,90 e R$ 26,99.

EUFORIA

Na ocasião da vista à Dourados, para inauguração do complexo industrial da Coamo, a ministra Tereza Cristina defendeu o ponto de vista do produtor, justificou o aumento dos preços por momento de euforia dos mercados e mesmo assim descartou a retomada de valores nos antigos patamares para os consumidores finais.

“Tem que lembrar quanto tempo a arroba do boi ficou parada. Ninguém falava que estava barato demais. O produtor rural aguentou muitos anos. Isso é um momento de equilíbrio dessa cadeia produtiva. A cadeia vive um momento de euforia, mas já já esse mercado vai se equilibrar”, afirmou.

“[...] os preços não serão mais os preços praticados há dois meses atrás. Mas com certeza eu acho que essa euforia não continua. É um momento de ajuste da carne brasileira. O Brasil é grande exportador, mas também pode importar carne, se precisar, para dar equilíbrio ao mercado”, sugeriu. (relembre)

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