Homem que incendiou corpo de advogado em Dourados vai para o Tribunal do Júri

Réu confesso pelo assassinato, Juliander Alcântara teve a prisão cautelar mantida por determinação judicial

Juliander de Oliveira Alcântara foi preso no dia 17 de fevereiro deste ano (Foto: Sidnei Bronka/94FM)
Juliander de Oliveira Alcântara foi preso no dia 17 de fevereiro deste ano (Foto: Sidnei Bronka/94FM)

Preso desde o dia 17 de fevereiro deste ano pelo assassinato do advogado Valmir Leite Júnior, encontrado carbonizado no porta-malas do próprio carro, localizado em chamas um dia antes no bairro Estrela Verá, em Dourados, Juliander de Oliveira Alcântara, de 25 anos, deverá ser julgado pelo Tribunal do Júri. A decisão foi proferida no início desta semana pela  3ª Vara Criminal da Comarca, que tem como titular o juiz Cesar de Souza Lima.

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Na segunda-feira (27), o magistrado proferiu a chamada sentença de pronúncia, na qual determinou que o réu confesso vá para júri popular pelo crime de "homicídio qualificado por motivo fútil (réu não aceitar que a vítima o repreendesse sobre o andamento do seu processo) e recurso que dificultou a defesa (ataque de surpresa quando a vítima urinava em local pouco movimentado e no período noturno) e destruição de cadáver". Contudo, ainda não foi agendado o julgamento.

PRISÃO CAUTELAR

Na mesma ocasião, o juiz comunicou a manutenção da prisão cautelar do acusado, por considerar que ele registra antecedentes criminais, "inclusive por tentativa de homicídio, era foragido do semiaberto, com séria possibilidade de voltar a delinquir e se evadir, sem olvidar se tratar de crime hediondo e não possuir emprego lícito".

Em maio, a Justiça chegou a determinar que fosse realizado exame de sanidade mental no réu, após solicitação da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, que atua no caso como defesa. Chegou a ser sugerida a possibilidade de tratamento ambulatorial ou internação de Juliander. E em outubro o magistrado designou para o dia 13 de novembro a "realização de audiência de instrução e julgamento, com oitiva de todas as testemunhas e interrogatório", após ter recebido o resultado do exame de insanidade que "considerou o denunciado parcialmente incapaz".

O CRIME

Preso no dia 17 de fevereiro pelo SIG (Serviço de Investigações Gerais) da Polícia Civil, Juliander de Oliveira Alcântara é acuado pelo MPE-MS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) pelo assassinato, a facadas, do advogado Valmir Leite Júnior, com 33 à época do crime. O corpo da vítima foi encontrado carbonizado no porta-malas do próprio carro, um Ford Fusion localizado em chamas pela PM (Polícia Militar) às 6h30 do dia 16 daquele mês em uma área remota do bairro Estrela Verá.

Durante audiência judicial realizada no dia 20 de fevereiro, o acusado relatou "que a vítima parou o carro e foi urinar primeiro, e o interrogando, se aproveitando da situação, aproximou-se da vítima e desferiu uma facada em seu abdômen, momento em que a vítima caiu e o interrogando segurou o colarinho da camisa da vítima e desferiu as outras facadas, dizendo para a vítima 'NÃO SE BATE NA CARA DE HOMEM, FALA PARA MIM QUE EU SOU MOLEQUE DE NOVO'", conforme documento ao qual a reportagem da 94FM teve acesso.

Ainda segundo o relatado na audiência, o crime "ocorreu por volta das 23h00min" e o suspeito "não se recorda de quantas facadas desferiu na vítima, mas afirma ter sido várias; (...) Que, enrolou a vítima num pano que estava dentro do carro e com muita dificuldade o interrogando colocou a vítima no porta-malas do carro, jogou a gasolina na vítima e em seu veículo, riscou o fósforo e evadiu-se a pé do local até a casa de sua genitora (...)".

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