Imam planeja investir R$ 110 mil em drone e equipamentos para fiscalização aérea

O Imam (Instituto de Meio Ambiente) de Dourados planeja investir R$ 110 mil na compra de um drone e equipamentos tecnológicos para fiscalização aérea no município. A intenção é monitorar possíveis supressões não autorizadas e áreas de descarte irregular de resíduos sólidos, além de coibir invasões nas áreas de fundo de vale. 

Essa possibilidade foi aprovada pelo Comdam (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente) durante reunião ordinária realizada no dia 27 de junho, cuja ata foi publicada na edição desta terça-feira (30) do Diário Oficial do Município.

A 94FM apurou que nessa ocasião o presidente do conselho, Fábio Luís, relatou que a 11ª Promotoria de Justiça de Dourados encaminhou ofício solicitando a compra de um drone e um GPS de precisão pelo Imam com recurso do Fundo Municipal do Meio Ambiente.

Embora ele tenha destacado que não cabe ao Comdam deliberar assuntos que envolvam recursos do Fundo, os conselheiros optaram por contribuir com essa aquisição analisando as orientações técnicas dos equipamentos fornecidas pelo professor Vinicius de Oliveira, da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul).

Foram apresentadas as diferenças básicas entre modelos “multirotores” e de “asa fixa”, e na sequência o representante do setor de projetos ambientais do Imam, Cristiano Garcia, discorreu “sobre a aplicação potencial destes equipamentos no atendimento das necessidades de fiscalização e monitoramento ambiental”, “salientando ainda que a lei verde municipal prevê o monitoramento multitemporal da Zona Especial de Interesse Ambiental do Município (ZEIA)”.

Ainda segundo a ata da reunião, ele explicou que os modelos “multirotores” são aplicados em vistorias de pontos específicos e que os modelos de “asa fixa” são aplicados ao monitoramento de áreas lineares, como é o caso da ZEIA Municipal de Dourados.

Nesse ponto, destacou que “um equipamento de ‘asa fixa’ poderia ser aplicado ao monitoramento de possíveis supressões não autorizadas, na identificação, monitoramento de possíveis áreas de descarte irregular de resíduos sólidos, monitorando e coibindo invasões nas áreas de fundo de vale, cuja eventual remoção acarreta grande transtorno, quando identificada tardiamente”.

Para convencer os conselheiros a sugerirem ao Imam comprar os dois modelos, Garcia apresentou o custo benefício do equipamento “asa fixa”, ao lembrar que um levantamento aéreo da área urbana municipal custa aproximadamente R$ 200 mil, enquanto o drone Echar 20D custa R$ 130 mil com autonomia de duas horas de voo, “podendo recobrir até 5 mil hectares em cada plano de voo, ou seja, o modelo ‘asa fixa’ apresentado poderia recobrir todo o atual perímetro urbano de Dourados – aproximadamente 200 km² – em 4 planos de voo, com um retorno de investimento em um único levantamento realizado”.

Ele também apresentou “a possibilidade de realizar o levantamento aerofotogramétrico dos distritos e áreas urbanizadas de Dourados, com maior frequência temporal, além da abertura de oportunidade para parcerias interinstitucionais e intermunicipais na promoção da conservação e monitoramento do meio ambiente”.

Contudo, os conselheiros deliberaram por sugerir ao Imam de aquisição do drone mais básico apresentado, em conjunto com o GPS de precisão e os demais acessórios (baterias extras e computador), “deixando ainda registrado a possibilidade de retornar as discussões sobre uma futura aquisição de um modelo de drone com maior capacidade de levantamento, como o modelo de referência apresentado”.

Com essa definição, o professor Vinícius de Oliveira fez o cálculo dos valores de cada item e chegou ao total de R$ 110.000,00, valor aprovado por unanimidade pelo Comdam, que ficou encarregado de enviar ofício ao Imam informando sobre a solicitação do Ministério Público e sugerindo o início dos trâmites licitatórios para compra dos equipamentos com recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente.