Juiz nega absolvição sumária a acusado de dar fuga após morte em Dourados

Defesa de jovem preso por assassinato ocorrido na noite de 1º de março, no Jardim Universitário, pede ao TJ-MS habeas corpus para livrá-lo da cadeia

Yuri morreu dentro de ambulância do Corpo de Bombeiros após ser baleado duas vezes (Foto: Sidnei Bronka)
Yuri morreu dentro de ambulância do Corpo de Bombeiros após ser baleado duas vezes (Foto: Sidnei Bronka)

O juiz Cézar de Souza Lima negou o pedido de absolvição sumária feita pela defesa de Jhonatan Abner Batista Nascimento, de 18 anos. Esse jovem está preso acusado de dar fuga a Douglas de Oliveira Pereira, de 19 anos, apontado como autor de disparos de arma de fogo que mataram o mecânico Yuri Nunes, de 22 anos. O crime aconteceu na noite de 1º de março, no Jardim Universitário, em Dourados. 

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Titular da 3ª Vara Criminal de Dourados, o magistrado não acatou os argumentos defensivos que pediam o julgamento de inépcia da inicial e ausência de justa causa. Para isso, citou a denúncia oferecida pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual), embasada no inquérito da Polícia Civil, para mencionar que Jhonatan “provavelmente concorrera para os disparos de arma de fogo contra Yuri Nunes da Silva, pois, em tese, auxiliou na fuga de Douglas de Oliveira Pereira, consoante depoimento” de duas testemunhas.

“Desse modo, existem indícios da prática do crime e de possível participação, fato a autorizar o recebimento da denúncia e o prosseguimento da ação penal”, afirmou o juiz em despacho assinado na terça-feira (22). Ele também designou o próximo dia 25 de junho, às 13h30, para realização da oitiva de todas as testemunhas e interrogatórios.

Douglas e Jhonatan foram presos por agentes do SIG da Polícia Civil no dia seguinte ao crime (Fotos: Adilson Domingos)
Douglas e Jhonatan foram presos por agentes do SIG da Polícia Civil no dia seguinte ao crime (Fotos: Adilson Domingos)

Também ontem, o magistrado de Dourados enviou ao desembargador Paschoal Carmello Leandro, relator de habeas corpus impetrado na 1ª Câmara Criminal do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), cópia da decisão que determinou a conversão da prisão em flagrante por preventiva dos acusados. O representante da Corte estadual solicitou essas informações para decidir se acata ou não o pedido feito pela defesa de Jhonatan para soltá-lo.

O assassinato do mecânico Yuri ocorreu nas proximidades de uma universidade particular em Dourados. Atingido por dois disparos de arma de fogo, ele chegou a ser socorrido, mas morreu ainda no local, dentro de uma ambulância do 2º GBM (Grupamento de Bombeiros Militar).

“O delito é grave e praticado em típica demonstração de extermínio, isto é, os indiciados provavelmente conduziram um veículo para dar fuga e o executor se dirigira à vítima em momento que estava distraída, circunstância completamente diversa de um delito praticado no calor de uma discussão entre autor e ofendido. Como levado a cabo o homicídio, demonstra uma possível profissionalização do crime, com provável periculosidade concreta dos réus”, afirmou o juiz Cézar de Souza Lima em despacho proferido logo após a audiência de custódia.


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