Líder de quadrilha em Dourados é suspeito de usar guincho para levar R$ 67 mil

Dinheiro foi apreendido semana passada na BR-463; Corola encontrado na carroceria de caminhão-guincho pertence a Wilton Leite da Costa, preso na Operação Rédea Curta

Líder de quadrilha em Dourados é suspeito de usar guincho para levar R$ 67 mil

Wilton Leite da Costa, o “Vila Vargas”, preso nesta terça-feira (4) durante a Operação Rédea Curta, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), suspeito de ser o chefe de um grupo de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, é investigado por outros crimes na região de Dourados.

Um desses casos em investigação é relacionado aos R$ 67.100 em notas de 10, 20 e 50 reais, apreendidos semana passada na BR-463 por policiais civis que investigavam denúncia de tráfico de drogas. O guincho tinha saído de Ponta Porã e rebocava um Toyota Corola.

O condutor do caminhão não soube explicar a origem do dinheiro. Ele foi ouvido e liberado. “O Corola é do Wilton, mas ele nega ser dono daquele dinheiro”, afirmou a promotora do Gaeco, Cláudia Loureiro Ocariz Almirão.

Identidades falsas e vários celulares – De acordo com a promotora, além de possuir quatro identidades falsas – Wilton Leite e Costa, Wilton Andrade Leite, Wilton Leite Silva e Wilton Leite da Silva – o chefe da quadrilha e seus principais colaboradores trocavam constantemente de telefone, para dificultar o rastreamento.

“Trocavam de linhas e aparelhos a cada dois, três dias. A comunicação entre eles era feita prioritariamente pela internet ou pessoalmente. Por isso a necessidade desses mandados cumpridos ontem, para verificar se existem provas ligando esse dinheiro ao grupo”, afirmou Cláudia Almirão.

Segundo ela, além de computadores e documentação, a operação desta terça-feira apreendeu ainda veículos e R$ 17 mil em dinheiro, encontrados na casa de um dos presos, Rogério Esterque da Silva.

Outros presos – Além de Wilton Leite da Costa, que tinha outras quatro identidades falsas, foram presos hoje o “braço direito” dele no esquema, Gustavo Belmonte da Silveira, Marcos Oliveira dos Santos, Ailton de Castro Oliveira dos Santos, Allan Yuri Arakaki de Morais, Alisson Spessotto de Souza, Bruno Henrique Duarte e Rogério Esterque da Silva.

Cleberson Neris de Oliveira, o oitavo suspeito com mandado de prisão preventiva decretado já estava preso. Ele tinha sido flagrado no dias 23 deste mês pela Guarda Municipal após entregar uma mala com 9 kg de maconha para uma moradora de Aracaju (SE). Cleberson era funcionário de uma garagem de veículos na Rua Hayel Bon Faker, no Jardim Água Boa, onde uma equipe do Gaeco esteve hoje de manhã.

Além dos oito mandados de prisão em Dourados, a Operação Rédea Curta cumpriu 18 mandados de busca e apreensão, sendo quatro deles em garagens de veículos – três em Dourados e uma em Ponta Porã –, seis conduções coercitivas, quando a pessoa é levada à delegacia para prestar depoimento, e seis notificações de pessoas que serão ouvidas nos próximos dias.

Outras duas pessoas foram presas em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e por suspeita de receptação de veículo com sinais de identificação adulterados. Esses nomes não foram revelados.

 
William Cristaldo Boeira, preso em setembro do ano passado com 53 kg de cocaína, fazia parte da quadrilha (Foto: Sidney Bronka/94 FM)
William Cristaldo Boeira, preso em setembro do ano passado com 53 kg de cocaína, fazia parte da quadrilha (Foto: Sidney Bronka/94 FM)
 

Crime organizado – O promotor João Linhares Junior, da 4ª Promotoria de Justiça de Dourados, disse as pessoas presas por envolvimento com o tráfico de drogas e associação para o tráfico podem ser condenadas a penas de 5 a 15 anos e de 3 a 10 anos, respectivamente. Já por lavagem de dinheiro a pena varia de 3 a 10 anos.

“Esse é um trabalho conjunto de bastante tempo com apoio das forças policiais e do Judiciário para combater o crime organizado em Dourados e em Mato Grosso do Sul”, afirmou.

Garagens – A promotora Cláudia Almirão informou que o procedimento que apura a lavagem de dinheiro nas garagens de compra e venda de carros ainda está em andamento, por isso o Gaeco não vai divulgar por enquanto detalhes das investigações. “Ainda precisamos apurar o grau de envolvimento dessas pessoas”.

Os promotores contaram apenas que os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nessas empresas por causa da ligação desses quatro estabelecimentos com o esquema comandado por Wilson Leite da Costa.

“O grupo liderado pelo Wilton levada drogas para São Paulo e Paraná e alguns dos veículos trazidos como pagamento eram deixados nessas garagens para serem comercializados. Tem veículo vindo nessas condições que foi comprado por pessoa de boa fé e está rodando normalmente na cidade”, disse a promotora. Segundo ela, esses compradores de boa fé não correm o risco de perder o carro.

Prisão em setembro – Uma das prisões de integrantes da quadrilha de Wilton Vila Vargas ocorreu no dia 15 de setembro do ano passado, próximo ao Trevo da Bandeira, saída de Dourados para Ponta Porã.

Policiais militares prenderam William Cristaldo Boeira, 34 anos, morador no Parque Nova Dourados. Ele transportava 53 kg de cocaína no fundo falso de uma caminhonete S10 cor prata. A droga foi localizada por cães farejadores.

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