Morte no cinema ocorreu por causa de uma poltrona em sala com 219 vazias

Delegado concluiu inquérito e indiciou policial militar que efetuou disparo fatal com briga encerrada por homicídio

Crime ocorreu após briga por poltrona em sala de cinema (Foto: 94FM)
Crime ocorreu após briga por poltrona em sala de cinema (Foto: 94FM)

O assassinato do bioquímico Julio Cesar Cerveira Filho, de 43 anos, ocorreu por causa de briga motivada pela ocupação indevida de uma poltrona em sala de cinema com 219 lugares vagos. A vítima foi morta em Dourados no início deste mês com um tiro disparado pelo policial militar Dijavan Batista de Souza, de 37 anos, preso desde então e indiciado nesta semana pela prática de homicídio. 

Finalizado na quinta-feira (18) pelo delegado Francis Flávio Tadano Araújo Freire, da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Dourados, o inquérito colheu depoimento de 20 testemunhas, teve oito perícias 13 diligências realizadas, além de contar com análise das imagens de câmeras de vigilância fornecidas pela empresa que administra o cinema do shopping.

A investigação sobre o homicídio ocorrido às 14h15 do dia 8 de julho na sala 1 do cinema, que exibia filme infantil, concluíram ter ficado provado “que a morte da vítima Julio Cesar deu-se por traumatismo crânio encefálico produzido por projétil de arma de fogo”. “Ficou esclarecido que ocorreu um único disparo a curta distância”, detalha o inquérito.

O delegado menciona ainda que as imagens disponibilizadas pelo cinema ratificaram as provas testemunhais de que, antes do disparo, a vítima teria agredido fisicamente o autor. Essa versão foi mantida pelo policial desde a prisão em flagrante.


“O indiciamento inicial pelo crime de homicídio foi mantido ao final do inquérito, haja vista a existência da versão que o disparo da arma de fogo ocorreu quando a contenda tinha momentaneamente se encerrado”, pontuou o delegado.

Em outros detalhes apurados na investigação, é possível entender que a morte ocorreu por causa de briga motivada pela ocupação indevida de uma poltrona em sala de cinema com 219 lugares vagos.

Vítima morreu com disparo efetuado a curta distância por policial (Foto: 94FM)
Vítima morreu com disparo efetuado a curta distância por policial (Foto: 94FM)
“A sala 1 possui capacidade máxima para 300 pessoas e foram vendidos 81 ingressos para a sessão. No cinema havia dezenas de crianças e adolescentes, inclusive vindas de ônibus em excursão de Batayporã. A discussão entre autor e vítima iniciou por conta da ocupação indevida de uma poltrona específica”, detalha o inquérito policial.

Policial militar há 15 anos, Dijavan estava lotado na PMA (Polícia Militar Ambiental) de Dourados, onde chegou a permanecer preso na semana do crime. Contudo, foi transferido para o Presídio Militar de Campo Grande por determinação judicial, que converteu a prisão em flagrante para preventiva.

A arma utilizada no crime, uma pistola Smith Wesson, calibre .40, não tem registro, conforme o boletim de ocorrência. Questionado pelo delegado Rodolfo Daltro sobre o motivo de portar uma arma sem registro, o policial argumentou ser herança do pai, bombeiro da reserva falecido há dois anos, e disse usá-la de vez em quando por ser leve e portátil.

Ele justificou que a pistola disponibilizada pela PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), uma IMBEL MD7, “é extremamente pesada e grande”.

Comentários
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  • Tereza

    Tereza

    Muito triste isso.

  • IMPARCIALIDADE

    IMPARCIALIDADE

    Isso deve ser visto como um AGRAVENTE para um agente de segurança pública.
    Ele deveria estar preparado para situações como está.
    A agir de maneira em situação de discussão ou eminente perigo.
    Colocou a vida de várias outras pessoas e crianças em risco por causa de uma poltrona em um ambiente com VÁRIAS DEZENAS CENTENAS DE POLTRONAS VAZIAS. 📣📣📣📣📣📣📣📣🔊🔊🔊🔊🔊🔊