Pista do aeroporto de Dourados preocupa MPE e motiva abertura de inquérito
Promotoria de Justiça investiga ausência de condições adequadas da pista de pouso e decolagem do Aeroporto Regional Francisco de Matos Pereira

As condições da pista de pouso e decolagem do Aeroporto Regional Francisco de Matos Pereira, em Dourados, motivaram a instauração de inquérito civil por parte do MPE-MS (Ministério Público Estadual). Inicialmente, eram apuradas questões como mato alto e infestação de mosquitos, mas informações repassadas pelo diretor de Departamento Aeroportuário geraram maior preocupação.
Determinado pelo promotor Etéocles Brito Mendonça Dias Júnior, Inquérito Civil n° 06.2019.00000480-4 tem por objetivo “averiguar a ausência de condições adequadas da pista de pouso e decolagem do aeroporto de Dourados/MS, bem como empreender medidas colaborativas para a reversão das eventuais irregularidades”.
Em um primeiro momento, o MPE foi informado sobre a existência de grande quantidade de pernilongos no aeroporto de Dourados, situação que deixaria a sala de embarque insuportável. Acionado, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) fez vistoria e encontrou a tampa de cisterna quebrada, e mato alto nos arredores, inclusive na área da tubulação/galeria de escoamento de água pluvial.
Posteriormente, já no dia 27 de fevereiro deste ano, o diretor de Departamento Aeroportuário do Aeroporto Municipal de Dourados foi até a 10ª Promotoria de Justiça da comarca e relatou fatos ainda mais preocupantes que impactam na segurança de pousos e decolagens.
Conforme consta no inquérito, ele “informou que de todas as atividades de conservação a mais sensível é a roçada da mata na faixa de pista de pouso (área da lateral da pista), que deveria ser feita pelo menos há cada quinze dias, mas praticamente só ocorre em situações esporádicas”.
Ainda de acordo com o MPE, o diretor de Departamento Aeroportuário do Aeroporto Municipal de Dourados acrescentou que, “além disso, a limpeza da vala de drenagem é de extrema importância, para fins de evitar acúmulo de água na pista e aquaplanagem da aeronave, tal deveria ocorrer pelo menos uma vez por mês, mas tem sido feita com pouca frequência, geralmente em véspera de inspeção da ANAC”, a Agência Nacional de Aviação Civil.
Como parte desse inquérito, o promotor de Justiça requereu respostas da prefeita Délia Razuk (PR). Além disso, solicitou uma reunião com a gestora pública do município para tratar de “pauta referente à eventualidade da hipótese da privatização do aeroporto” de Dourados.