Por tortura e estupro de criança, casal pega 46 anos de prisão em Dourados

Sentença proferida na quarta-feira (9) estabeleceu penas de 31 anos de reclusão para marido e de 15 anos para esposa por violência contra sobrinha de 3 anos

Vanilson e Rosiane estão presos desde julho de 2016, após Conselho Tutelar resgatar a menina (Foto: Sidnei Bronka/Arquivo 94FM)
Vanilson e Rosiane estão presos desde julho de 2016, após Conselho Tutelar resgatar a menina (Foto: Sidnei Bronka/Arquivo 94FM)

Um caso que chocou Dourados há pouco mais de um ano teve desfecho jurídico na quarta-feira (9), quando Vanilson Espíndola Argueiro e Rosiane Peixoto, marido e mulher, ambos de 30 anos, foram condenados pelos crimes de tortura e estupro contra uma sobrinha de apenas 3 anos de idade da qual detinham a guarda. A menina morreu na sala de cirurgias do Hospital da Vida no dia 27 de julho de 2016, após ser resgatada pelo Conselho Tutelar, com uma perna quebrada e queimaduras por água fervente nas partes íntimas.

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Julgados ontem pelo juiz Luiz Alberto de Moura Filho, da 1ª Vara Criminal de Dourados, onde a denúncia foi oferecida pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual) no dia 23 de agosto do ano passado, Vanilson foi condenado a 31 anos, seis meses e 20 dias de reclusão com regime inicial fechado. Rosiane recebeu pena de reclusão de 15 anos, seis meses e 20 dias. Os dois estão presos desde 28 de julho de 2016.

Moradores da Aldeia Bororó, na Reserva Indígena de Dourados, eles foram acusados de torturar a criança de apenas 3 anos de idade, filha de uma irmã de Vanilson, que estava sob a guarda do casal porque a mãe era dependente química. Conforme a denúncia oferecida pela Promotoria de Justiça, além de negar água e comida para a menina, ambos a agrediam golpes de madeira e chegaram a queimar suas partes íntimas com água fervente, além de a limparem com escova de lavar roupas. O tio ainda lhe teria violentado sexualmente.

Chaleira teria sido utilizadas para jogar água fervente nas partes íntimas da vítima, posteriormente lavada com escova, segundo investigações (Foto: Sidnei Bronka/Arquivo 94FM)
Chaleira teria sido utilizada para jogar água fervente nas partes íntimas da vítima, posteriormente lavada com escova, segundo investigações (Foto: Sidnei Bronka/Arquivo 94FM)
Somente no dia 27 de julho de 2016 o Conselho Tutelar foi até o local onde a criança estava, após receber denúncia. A menina chegou a ser socorrida, mas morreu na sala de cirurgias do Hospital da Vida. Acionada, a polícia prendeu o casal suspeito das agressões. Uma equipe da Delegacia de Atendimento à Mulher prendeu o casal e encontrou na casa uma chaleira onde seria fervida água para jogar nas partes íntimas da vítima.

Pela sentença, Rosiane foi condenada pelo crime de tortura, agravado por ter como vítima uma criança. Além disso, o magistrado considerou que o crime foi praticado por 10 vezes, outro fator que ajudou a elevar a pena para os 15 anos, seis meses e 20 dias de reclusão. Vanilson foi implicado pelas mesmas razões da esposa, mas também pelo estupro da criança, motivo pelo qual teve a pena estabelecida em 31 anos, seis meses e 20 dias de prisão. O juiz estabeleceu regime inicial fechado para os dois, que já estão encarcerados desde o ano passado e não poderão recorrer em liberdade.  

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