Prefeitura ameaça fechar núcleo de confecção e mais de 100 famílias podem ficar sem renda

O polo foi inaugurado em 2010 e recebeu a promessa da atual gestão de que receberia incentivos para o funcionamento

O núcleo de confecções do BNH 4º Plano, “Margarida Rocha Ojeda”, pode fechar as portas caso a prefeitura leve adiante à decisão anunciada aos empresários, de que fechará o barracão onde estão instalados. O local abriga cerca de quatro indústrias de confecção de pequeno porte, e foi inaugurado em 2010 para incentivar mulheres a conquistar renda própria.

Segundo uma das costureiras, Vera Bueno, a secretaria de Agricultura Indústria e Comércio procurou hoje (4) os trabalhadores para pedir que retirassem todas as máquinas e deixassem o local até o fim dessa semana. “Eles disseram que se a gente não sair até o final de semana, na segunda-feira eles virão para nos despejar. Não temos para onde ir, começamos nossas empresas há pouco tempo, só no meu boxe eu emprego 6 pessoas diretamente, fora as 50 vendedoras e o pessoal da serigrafia, ou seja, mais de 70 famílias ficarão sem sustento caso eu tenha que fechar minha confecção”, desabafou Vera.

Vera contou a redação da 94FM que durante o pleito eleitoral de 2012 houve a promessa, por parte da atual administração, de que o local permaneceria cumprindo o objetivo inicial e que elas poderiam organizar feiras e eventos a fim de aumentar os lucros. Mas, logo depois as ameaças haveriam começado fixando, inicialmente, o prazo até novembro para que saíssem do local. “Primeiro falaram que o lugar seria destinado para confecção, depois falaram que iriam nos tirar em novembro deste ano e agora bateram na nossa porta dando mesmo de uma semana”, finalizou.

Nadyla Shopek também tem uma pequena empresa no local que, segundo ela, produz cerca de quatro mil peças por mês e as roupas são vendidas em todo estado. “Eu não tenho condições de pagar aluguel de um outro espaço com o tamanho que preciso, sem este incentivo terei que parar de produzir e assim como as outras demitir cerca de 53 pessoas que trabalham de alguma forma comigo”, contou Nadyla.

Outra das costureiras que gerenciam um dos espaços é Eliane Chaves Alencar Silva, que está no núcleo há dois anos. “A renda da minha família vem diretamente daqui, fora isso mais 15 famílias se sustentam com a renda do nosso trabalho, espero que a prefeitura repense a decisão”.

A 94FM entrou em contato com a secretaria de Agricultura Indústria e Comércio (Semaic), mas não conseguiu conversar com a secretária Neire Aparecida Colman de Oliveira, no celular ela também não atendeu as ligações. Já a gerente de núcleo da Semaic, Regiane Ormei Marques, disse não estar autorizada a falar do assunto.