Prefeitura é comunicada oficialmente sobre greve de educadores em Dourados

Greve é resultado da falta de propostas por parte do prefeito

O prefeito de Dourados, Murilo Zauith, foi comunicado oficialmente na tarde desta quinta-feira, dia 18, sobre a greve dos educadores.

Pela manhã, em assembléia, os professores e administrativos aprovaram a greve por tempo indeterminado e definiram estratégias para a mobilização da classe. O encontro foi na sede do Simted (Sindicato dos Trabalhadores Municipais em Educação) de Dourados.

Ao longo da lista de reivindicações que fazem parte dos problemas enfrentados no município, o presidente do sindicato, João Azevedo, mostra que a falta de estrutura e condições complicam a vida de alunos e professores, por fim, a sociedade que busca uma educação pública e de qualidade.

De acordo com o Simted, a greve é resultado da falta de propostas e no trato que a prefeitura tem dado a categoria. Além de uma atitude “truculenta” com relação a liminar da última paralisação e ainda, recentemente, com o executivo enviando uma proposta de reajuste do magistério ao poder legislativo sem discutir com os principais interessados, os educadores. “E onde está o diálogo que eles afirmam ter?”,questiona o presidente.

As atitudes arbitrárias do governo têm sido enfrentadas como provocações desrespeitosas à categoria, que nos últimos 33 anos de organização sindical em Dourados sempre lutou por democracia e qualidade de educação. O governo já tem sido avaliado como um dos mais autoritários da história do município.

Os educadores sofrem, segundo o sindicato, corte de benefício, fim de programas e falta de infraestrutura nas escolas. As reivindicações vão desde a abertura do PAE (Programa de Aceleração Escolar) e das salas de tecnologia até questões do Piso salarial e discussões sobre o PCCR (Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações), base da organização da profissão no município.

A prioridade, alegada pelo executivo que seria a educação em 2013, é invertida com relação aos investimentos. Prova disso é que mesmo diante do quadro educacional e do ano letivo ter iniciado com indefinições, a administração entrega kits escolares. “Não somos contra isso, a questão é a ordem inversa das ações. Primeiro seria necessário resolver questões estruturais”, defende João.

Segundo ele, os educadores agora se preparam também para enfrentar as perseguições. Indignados com a situação, de acordo com relatos, alguns procuraram o Sindicato também em busca de filiação para poder reforçar o movimento. “Nós estamos aqui para defender a categoria, qualquer ação contra a categoria deve ser denunciada”, finaliza o presidente.