Presidente da Funsaud pede para sair

Fundação que administra UPA e Hospital da Vida tem orçamento de R$ 52 milhões este ano, mas vive estado de emergência financeira por dever R$ 21 milhões

Funsaud administra a UPA e o Hospital da Vida em Dourados (Foto: André Bento)
Funsaud administra a UPA e o Hospital da Vida em Dourados (Foto: André Bento)

Três meses após decretar estado de emergência financeira e administrativa na Funsaud (Fundação dos Serviços de Saúde de Dourados) por dívidas superiores a R$ 21 milhões, o diretor-presidente da Fundação criada em 2014 para gerir a UPA 24 Horas (Unidade de Pronto Atendimento) e o Hospital da Vida, Américo Monteiro Salgado Junior, pediu para deixar o cargo.

Nesta quarta-feira (28), por meio do Decreto nº 833 de 27 de fevereiro de 2018, a Prefeitura de Dourados comunicou a exoneração do servidor comissionado, que havia sido nomeado no dia 30 de agosto de 2017 com remuneração bruta de R$ 12,5 mil.

"Fica exonerado, a pedido, o senhor Américo Monteiro Salgado Junior, do cargo de Diretor Presidente da Fundação de Serviços de Saúde de Dourados - FUNSAUD, símbolo DEC 01, a partir de 27 de fevereiro de 2018", consta na publicação assinada pela prefeita Délia Razuk (PR) e pela procuradora-geral do Município, Lourdes Peres Benaduce.

Nesta mesma edição do Diário Oficial do Município, o Decreto nº 834 de 27 de fevereiro de 2018 comunica a nomeação de Luiz Carlos Fernandes de Mattos Filho para assumir interinamente o cargo de Diretor Presidente da Fundação de Serviço de Saúde Dourados, símbolo DEC 01, a partir de 27 de fevereiro de 2018.

De acordo com o Portal da Transparência da Prefeitura de Dourados, somente neste ano já foram empenhados (valor reservado pelo município para efetuar um pagamento planejado) R$ 52.800.000,00 para a Funsaud. Deste total, R$ 8.808.000,00 constam como liquidados e R$ 8.558.000,00 pagos. "O empenho ocorre, por exemplo, após a assinatura de um contrato para prestação de serviço. Neste caso, quando o serviço for executado, o valor é liquidado e, quando o fornecedor de fato receber o valor, ele é considerado valor pago", informa o Portal da Licitação.

Quando decretou o estado de emergência financeira e administrativa, por meio da Portaria 159 de 17 de novembro de 2017, publicada naquela data no Diário Oficial do Município, Américo Monteiro Salgado Junior alegou que a Fundação acumulava uma dívida de R$ 21.425.755,51, fruto de déficits com insumos e serviços hospitalares (R$ 17.929.707,42 a pagar) e impostos retidos (R$ 3.496.048,09).

Válido pelo prazo de 180 dias - ainda em vigor -, o estado de emergência deixou "suspensos os contratos e pagamentos de obrigações firmados pela FUNDAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE DOURADOS - FUNSAUD nos exercícios anteriores até a presente data (01/11/2017), até que sejam feitas as análises pelos setores competentes, (compras/licitações/controle interno, assessoria jurídica e contábil da instituição), com vistas a verificar o efetivo cumprimento dos objetos".

Comentários
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  • Jose

    Jose

    Engraçado... Quando a gestao quer ela faz dar certo, Delia, que papel ridiculo, voce e o vidigal dentro do hospital antes de ser eleita prometendo mundos e fundos, vidigal que agora nem sequer passa na frente, no maximo tira foto como "heroi" em uma captacão de orgão, a gestao do hospital é pessima em tudo, sobretudo a gerencia que alem de nao ajudar ainda atrapalha, nós do periodo noturno nem lugar pra fazer nosso tempo de descanso temos!!! Jamais estivemos tao desacreditados em uma gestao... Conselho municipal de Saude, exoneração do Renato Vidigal já! Uma criança que nao tem competencia pra administrar a saude de uma cidade desse porte! Contra a sucateacao do serviço de saude colocando O.S! Promotores de Justiça olhem por nós, convidamos os senhores para conhecer nossas condicoes de trabalho. Nossa realidade financeira de cada mae de familia, enquanto os comissionados que nem ali aparecem ganhar 6 MIL.

  • Sandra

    Sandra

    Caos total em Dourados.Quem poderá nos ajudar? Saúde e educação são prioridades apenas em dis-cur-so de campanha eleitoral.