Receitas beiram meio bilhão de reais no primeiro semestre do ano em Dourados
Apesar da cifra de R$ 436 milhões nos cofres públicos, prefeitura determinou contingenciamento orçamentário, ameaçou exonerações e já fala em atrasar salários

As receitas do município de Dourados ao longo do primeiro semestre de 2019 já chegaram a R$ 436.496.807,92, conforme dados disponíveis no Portal da Transparência. Para todo o ano, o valor orçado para movimentar a máquina administrativa pública é de R$ 842.886.833,00. Contudo, o orçamento aprovado pela Câmara de Vereadores previa R$ 1 bilhão.
Os números consolidados até agora indicam que em janeiro foram arrecadados R$ 79.182.514,39, valor que saltou para R$ 121.290.515,63 em fevereiro, quando vence o prazo para pagamento à vista do IPTU (Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), uma das principais fontes de recursos próprios da prefeitura.
Em março os cofres públicos municipais obtiveram mais R$ 56.858.841,46 e no mês seguinte, abril, foram outros R$ 65.667.880,07. Maio teve R$ 63.176.779,09 de receitas e o recém-encerrado junho resultou em R$ 50.320.277,28 arrecadados pela administração municipal.
Para atingir os R$ 842.886.833,00 orçados como receita anual, a Prefeitura de Dourados precisa arrecadar um pouco menos do que conseguiu até agora, R$ 406.496.025,92. Isso dá uma média de R$ 67,7 milhões por mês de julho a dezembro, quando chega ao fim o mandato da prefeita Délia Razuk (PL).
Mas a mandatária não está satisfeita com a quantidade de dinheiro nos cofres públicos municipais. No dia 29 de maio, ela determinou o contingenciamento de R$ 31 milhões dos mais de R$ 1 bilhão de orçamento municipal aprovado para 2019 pelo Legislativo. O argumento apresentado foi frustração de receitas e aumento de gastos obrigatórios.
Ao publicar o Decreto nº 1.849, de 28 de maio de 2019, Délia ordenou que o secretariado cortasse pagamentos de gratificações, bem como apresentasse no prazo de 10 dias lista com servidores nomeados e estagiários para exoneração. Desde então, porém, o esperado facão nos cargos comissionados não passa de especulação nos corredores da prefeitura.
Para piorar, nesta terça-feira (2) a imprensa da capital revelou que o secretário municipal de Fazenda, Paulo Cesar Nogueira Junior, confirmou a expectativa de atrasos no salário dos servidores municipais a partir deste mês, situação já vivida no final de 2018, quando foi necessário fazer os pagamentos de forma escalonada, com diferença de datas de acordo com os valores das remunerações.