Secretário diz que 13º salário de 45% dos servidores só será pago em janeiro
Mais de 3 mil trabalhadores que integram o quadro do funcionalismo público municipal em Dourados não verão a cor do dinheiro em dezembro

Quase metade dos servidores municipais de Dourados só receberá o 13º salário em janeiro de 2018. A informação foi confirmada à 94FM pelo secretário municipal de Fazenda, João Fava Neto. Segundo ele, essa situação afeta aproximadamente 45% do quadro total de mais de 7 mil profissionais do funcionalismo público.
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"Conseguimos pagar o 13º daqueles que têm recursos vinculados ao Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação] e ao Fundo Municipal de Saúde. Receberam 2.655 professores 1.072 profissionais da área de saúde. Pagamos 55% dos servidores", explicou à reportagem na tarde desta sexta-feira (22).
SEM DINHEIRO
No entanto, como o quadro funcional da administração pública do município conta com 7.162 trabalhadores - conforme relatado pela prefeitura em novembro -, 3.435 não viram a cor do dinheiro. "Da fonte 0, recursos próprios do município, não pagamos ninguém. O restante não pagamos ninguém porque não temos o recurso", reconheceu o secretário de Fazenda.
João Fava Neto esclareceu ainda que a folha salarial deste último mês de 2017 só será quitada em fevereiro de 2018. "Para os 45% restantes dos servidores o 13º salário será pago até janeiro. Até o 5º dia útil de janeiro o dinheiro que eu tiver em caixa eu vou pagar para quem ganha até 4 ou 5 salários e vou escalonando. Terminando o 13º eu começo a escalonar a folha de dezembro".
PCCR E CALVÁRIO
Mais uma vez o secretário citou o PCCR (Plano de Cargos Carreiras e Remunerações) do funcionalismo público, aprovado em 2016 pela Câmara de Vereadores - inclusive com o voto da então parlamentar Délia Razuk, hoje prefeita -, como responsável pela crise financeira que afeta a administração municipal.
"A folha de dezembro eu consigo pagar até fevereiro com IPTU e IPVA. Só em fevereiro eu coloco a casa em ordem com essas maiores fontes de recurso do município. Consigo levar em ordem até junho ou julho, e se não fizemos nada o calvário vai recomeçar em setembro", diz, apontando a necessidade de rever o PCCR.
ENCARGOS
"Infelizmente esse PCCR impactou em R$ 64 milhões só esse ano na folha, sem dotação orçamentária. A prefeita herdou essa conta", pontua.
João Fava Neto detalha mesmo não pagando todo o 13º tem que recolher os encargos. "A folha líquida do 13º salário é de R$ 17 milhões e de R$ 25 milhões bruta. E a folha de dezembro chega a R$ 31 milhões, porque tem a rescisão dos contratados que cai na folha de dezembro", detalha.