Sociedade vai às ruas questionar assistência ao Parto em Dourados

O evento está marcado para 30 de novembro às 8h

O mês de outubro foi marcado no Brasil todo pelas “Marchas pela humanização do parto”, manifestações de descontentamento e pedido de transformação quanto ao atendimento obstétrico no Brasil. A cidade de Dourados, que também registra muitos problemas de atendimento durante a gestação, parto e pós-parto, o que também engloba o atendimento ao recém-nascido, mobiliza-se por meio do Grupo de Apoio ao Parto Humanizado (GAPH) para realizar a sua Marcha pelo respeito ao nascimento.

O evento está marcado para 30 de novembro, às 8h, com caminhada da Câmara Municipal até a Praça Antônio João. Pretende-se levar às ruas pais, mães, profissionais da saúde, homens, mulheres e crianças que se unirão às mais de 30 cidades do país que já se mobilizarem para denunciar a situação de violência a que estão submetidas principalmente mães e filhos, em um momento que por si só deveria ser sinônimo de respeito e alegria.

“Com todos esses problemas que estamos enfrentando para conseguir o direito de parir em paz, o objetivo da Marcha é o de gritar pra todo mundo que não estamos satisfeitos, que esse sistema não nos atende. Somos consumidores, usuários dos serviços de saúde, homens e mulheres ativas e conscientes!“, destacou Ângela Rios, fisioterapeuta, doula e coordenadora do GAPH.

Dentre as reivindicações da Marcha estão o respeito ao direito da mulher de escolher seu tipo de parto; o fim das indicações falsas de cesariana; a criação de salas de parto nos hospitais; o respeito à Lei do acompanhante e à Lei RDC-36, que garantem livre escolha da mulher no acolhimento, trabalho de parto, parto e pós-parto até a alta; recepção humanizada do recém-nascido, contato pele a pele e incentivo à amamentação após o parto; e a permissão da entrada da doula nos ambientes de parto para suporte físico e emocional individualizado para a mulher no trabalho de parto e parto.

Seguindo a frase do médico Michel Odent, de que “Para mudar o mundo, primeiro é preciso mudar a forma de nascer”, todos estão convidados para contribuírem com a mudança social. “Embora pareça exagero, muitas mulheres e famílias inteiras têm suas histórias abaladas devido ao mau atendimento na hora do parto. Cicatrizes físicas, emocionais, aumento da depressão pós-parto e até mesmo traços de rejeição aos filhos que são ocasionados pelos traumas do parto violento”, lembrou Maria Alice Otre, que é mãe e compartilha dos ideais da Marcha.

Os que se sentem representados pelas reivindicações estão convidados a reunirem suas famílias e caminharem com o Grupo, com faixas, cartazes, fotos e vontade de transformar a assistência de atendimento ao parto em Dourados. Os participantes podem ainda se informar pelo site www.doulasdourados.com.br e por meio do grupo do facebook “Maternidade Ativa Dourados” ou pelo email: [email protected]. Além disso, os participantes estão utilizando nas redes sociais a hashtag #mudadourados de forma a chamar a atenção para o tema.