UFGD quer ampliar acesso de deficientes ao mercado de trabalho

Um projeto pioneiro desenvolvido pelo Núcleo Multidisciplinar para a Inclusão e Acessibilidade da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) tem como proposta ampliar o acesso de alunos e profissionais com deficiência ao mercado de trabalho. Por meio de um aplicativo de celular, o Núcleo pretende criar uma ‘ponte’ entre estes profissionais e as empresas, não apenas para o cumprimento das cotas mas também para atender à necessidade do mercado quanto à qualificação profissional. O projeto conta com apoio da Associação Comercial e Empresarial de Dourados (Aced).

O professor doutor Leonardo Santos Cabral, que coordena o Núcleo Multidisciplinar da UFGD, esteve na Aced para divulgar o projeto e buscar apoio da instituição especialmente na desmistificação na contratação de profissionais com deficiência.

“A ideia da plataforma é cadastrar, por um lado, nossos alunos e profissionais com deficiência e, de outro, as empresas interessadas. Com isto, este cruzamento de dados seria facilitado, ampliando o acesso destes profissionais ao mercado de trabalho”, explica Leonardo, ao citar que muitas empresas preferem pagar multa a contratar profissionais com alguma restrição física, mental ou cognitiva. “Muitos acham que será necessário adaptar o espaço físico ou ainda temem que este profissional limite a produtividade da empresa – o que é um mito”, garante.

O presidente Antônio Nogueira garantiu total apoio ao projeto e elogiou a iniciativa da universidade. “A Aced fica muito à vontade para ajudar no que for preciso para desmistificar a visão do empresário local quanto à contratação de profissionais com alguma deficiência”, afirmou.

Mapeamento

A proposta ainda depende de aprovação pelo Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Para isto, o primeiro passo da universidade tem sido o mapeamento dos alunos com deficiência. Na visão do professor Leonardo Cabral, o principal desafio é esclarecer as empresas quanto às competências dos profissionais com deficiência.

Leonardo é formado em educação física e já desenvolveu projeto parecido durante a tese de doutorado na Itália, França, Dinamarca e Irlanda, sempre voltada à qualificação profissional e ao acesso de deficientes ao mercado de trabalho. No Brasil, caso seja executado, o aplicativo de mercado de trabalho voltado a deficientes será inédito.

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