Vereadora pede que promotoria investigue suposta ‘máfia das fotocópias’ na prefeitura

Novo contrato com a empresa que presta o serviço teve um reajuste de 600%, passando de R$ 320 mil para quase R$ 2 milhões

  • Alexandre Duarte

A vereadora Virginia protocolou no MPE (Ministério Público Estadual) uma solicitação de instauração de procedimento investigatório na prefeitura de Dourados. O documento foi entregue à promotoria na última segunda-feira (13), com o número de registro 1123/13.

As suspeitas por parte da vereadora tem base no novo contrato com a empresa HL2 Equipamentos e Sistema Ltda, cujo valor foi reajustado em 600%, passando de R$ 320 mil (trezentos e vinte mil reais) anuais para R$ 1.912.000,00 (um milhões, novecentos e doze mil reais). O novo acordo está descrito no pregão presencial 040/2013, que segundo a denunciante, teve a participação de uma única empresa. Já o pregão anterior foi o 111/2010, realizado ainda na gestão Ari Artuzi.

Segundo a vereadora, tal reajuste vai na contramão da atual política de Murilo Zauith, que está no poder há mais de dois anos e tem como doutrina principal o corte gastos. “Nesta cidade temos várias mazelas, não temos saúde, não temos educação, não temos infra-estrutura. Só por esses exemplos já sabemos que tal reajuste é injustificável”, explicou.

Virginia ainda reitera lembrando que de 2010 para 2013, a tecnologia utilizada para a reprografia de documentos não teve grandes alterações, fator que também subsidia a versão da vereadora, de que o aumento não se justifica. “Conversei com outras empresas do ramo na cidade e na região, eles me falaram que na hipótese mais absurda o contrato não poderia ultrapassar os R$ 900 mil”, complementou.

Além disso, Virgínia pede ao secretário de fazenda Walter Carneiro, que suspenda a efetivação do contrato temporariamente, até que o Ministério Público se manifeste a respeito.

A vereadora ainda manda um recado à Murilo Zauith, dizendo que foi eleita pela vontade do povo, com uma campanha limpa e com uma proposta realista. “Estou aqui para mostrar o que está errado. Não adianta me ameaçar, não adianta querer me oferecer nenhuma espécie de benefício. Eu trabalho, tenho renda própria, não dependo do salário de vereador para sobreviver. Estou aqui em prol do povo e não em benefício próprio”, disse.

A redação da 94FM tentou entrar em contato com o secretário Walter Carneiro, mas não obteve sucesso. Já em conversa com o secretário de governo, José Jorge Leite Filho, o popular ‘Zito’, foi explicado que a prefeitura ainda não tem uma resposta sobre o caso e que somente irá se pronunciar após a manifestação do Ministério Público Estadual.